Raça, etnia e a busca do entendimento da genética humana

10/02/2020 às 11:002 min de leitura

Em 1933, Albert Einstein foi convidado a visitar os Estados Unidos. Ao preencher os papéis de entrada na alfândega, o cientista judeu não hesitou em escrever HUMANA no espaço em branco ao lado do item “raça”. A diferença genética entre humanos é quase inexistente. Nos chimpanzés, por exemplo, ela é sete vezes maior que a que existe entre seres humanos que vivem em partes diferentes do planeta.

Segundo a antropóloga e paleobióloga Nina Jablonski, “mesmo que raça e etnia sejam usadas como formas de descrever a diversidade humana, a raça é entendida como uma mistura de atributos físicos, comportamentais e culturais. A etnia reconhece as diferenças entre as pessoas principalmente com base no idioma e na cultura compartilhada", explicou ela ao site LiveScience.

Conceito antiquado para o definir genoma

Em 2016, um grupo de cientistas publicou o artigo Taking race out of human genetics (“Eliminando o conceito de raça em genética humana”), em que argumentam ser hora de a ciência encontrar uma ferramenta melhor para entender a diversidade do homo sapiens:

“Após o seqüenciamento do genoma humano nos anos 2000, cientistas pediram o fim do emprego da raça como variável na pesquisa genética. Infelizmente, seu uso como categoria biológica aumentou e é problemático, na melhor das hipóteses e nocivo, na pior.”

A inexistente ciência no racismo

O conceito sobre “raças” foi criado no século 18 por antropólogos com base na origem geográfica e aparência dos indivíduos. Isso não apenas dividiu a espécie humana em “subespécies” como fez acreditar que havia base científica para tal separação. O resultado da premissa tão errada como arraigada de que cor de pele e textura de cabelos são exclusivas de diferentes grupos raciais não tem nenhuma base científica.

Frenologia: a pseudociência que dizia ser possível determinar a inteligência e o estágio evolucionário do indivíduo pela forma do crânio. (Fonte: Biblioteca Pública de Boston/Reprodução)

“Em um grupo de mil pessoas de 'raças' conhecidas é possível encontrar mais variações genéticas entre elas do que entre dois grupos raciais diferentes”, explicou Nina Jablonski, complementando: “Os agrupamentos raciais que inventamos são, na verdade, geneticamente mais semelhantes entre si do que diferentes. Não faz sentido separar as pessoas em raças, de acordo com sua biologia. “

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