
Ciência
11/02/2020 às 06:00•1 min de leitura
Eliseo Gil ficou conhecido mundialmente em 2006 ao apontar supostos artefatos conhecidos como “ostracas” — pedaços de cerâmica cobertos por desenhos, frases em latim, grego e hieróglifos egípcios – datavam do século II em diante. No entanto, alguns profissionais analisaram as inscrições e colocaram em prova a veracidade das palavras de Gil. Para eles, tudo havia sido forjado.
Alguns termos faziam uso de letras maiúsculas e minúsculas, uma prática que só começou a partir do século VIII, e outros não haviam nem mesmo sido inventados na época em que os artefatos, de acordo com o arqueólogo, foram escritos. O mais famoso entre os achados, que retrata a crucificação de Jesus, data de séculos depois do que Gil propôs.
Não é apenas o arqueólogo que enfrenta as acusações. Dois colegas de Gil, Óscar Escribano, um geólogo, e Rubén Cerdán, analista de materiais, também passam pelo julgamento da comunidade autônoma do País Basco, no norte da Espanha.
Gil e Escribano podem pegar até cinco anos e meio de cadeia pela acusação de fraude, enquanto Cerdán corre o risco de ser preso por dois anos e meio por falsificação de documentos usados para autenticar os artefatos.
Em 2008, o governo do País Basco, por meio de uma comissão científica, anunciou que 476 dos artefatos foram manipulados. Gil continua com o discurso de que é inocente e não há nenhuma prova científica de que os artefatos não sejam reais.