Empresas já pensam em fornecer energia nuclear para viagens espaciais

07/04/2020 às 06:272 min de leitura

Durante a 23ª edição da Conferência Anual de Transporte Espacial Comercial (CST) que aconteceu em janeiro desse ano em Washington, um painel de especialistas em tecnologia nuclear e líderes do setor comercial relacionado ao espaço tratou do desenvolvimento tecnológico para impulsionar futuras naves espaciais de maneira mais rápida e eficiente do que os sistemas atuais.

Dessa forma, a energia nuclear se tornou o centro da discussão. Anteriormente, essa tecnologia já tinha sido utilizada em espaçonaves, como os rovers da NASA: a missão Cassini e as duas Voyagers, que atualmente exploram os confins do Sistema Solar. Porém, essa fonte de combustível depende da deterioração passiva do plutônio radioativo (convertendo o calor desse processo em eletricidade) para alimentar a espaçonave.

(Nasa/Divulgação)(Nasa/Divulgação)

No painel foi discutida a possibilidade de se usar a propulsão térmica nuclear (NTP), uma tecnologia que se baseia na divisão, ou fissão, de átomos de hidrogênio. Mas calma! Os especialistas garantiram que teriam total segurança por meio dessa técnica, tendo em vista que utilizariam urânio com baixo enriquecimento.

Mas como tudo isso aconteceria?

Uma espaçonave movida à energia térmica nuclear bombearia seu propulsor de hidrogênio através de um núcleo de reator em miniatura. Dentro deste núcleo, nêutrons de alta energia dividem átomos de urânio em reações de fissão; esses nêutrons liberados colidem com outros átomos e provocam mais reações de fissão, ou seja, a separação do núcleo desses átomos. O calor dessas reações converte o propulsor de hidrogênio em gás, o que produz impulso quando forçado por meio de um bico.

Satélite da NASA que já utiliza a propulsão térmica nuclear. (Fonte: From Space with Love)Satélite da NASA que já utiliza a propulsão térmica nuclear. (Fonte: From Space with Love)

Venessa Clark, CEO da Atomos Space, disse ao site Space que essa reação em cadeia é a chave do poder da propulsão térmica nuclear. Segundo ela, um reator de fissão do tamanho de uma lata de refrigerante pode impulsionar seres humanos para Marte em apenas três ou quatro meses. Isso significa que essas medidas deixariam o tempo de viagem estimado duas vezes mais rápido que o atual.

"A razão pela qual queremos usar um reator é que temos muita energia vinda dele, que é realmente o que nos permite ser tão ágeis e movimentar cargas tão pesadas de maneira mais rápida", argumenta Clark. Mas as agências governamentais, como a NASA, precisam e devem ser os primeiros clientes dessas empresas para testar na prática suas inovações.

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