Radioatividade poderia permitir habitação em planetas congelados

16/04/2020 às 07:002 min de leitura

Um novo artigo proposto pela Universidade de Harvard trouxe conclusões interessantes sobre as relações entre os níveis de radiação e a vida nos planetas. Apesar de já ter sido estudado que há uma questão de proximidade envolvendo a existência de água líquida nas superfícies terrestres e a consequente habitação no local, novas conclusões sugerem que não há, necessariamente, a obrigação de tais condições somente existirem se houver uma estrela como fonte de energia por perto.

A pesquisa, publicada no The Astrophysical Journal Letters, relata que um possível "substituto" para as fontes de calor estelares seria a própria radioatividade, que poderia aquecer as superfícies congeladas de planetas com altos níveis de água em seu interior e fornecer, assim, condições plenas de vida.

Os pesquisadores acreditam que planetas mais próximos do centro da Via Láctea, por exemplo, podem possuir isótopos radioativos — átomos com excesso de energia nuclear — suficientes para aquecer sua superfície, produzindo calor necessário para a existência de água em forma líquida e, consequentemente, vida. Um exemplo disso seria o próprio planeta Terra, que conta com a presença de urânio-238, tório-232 e potássio-40 (radionuclídeos) em seu manto e crosta e geram uma quantidade de energia suficiente para que haja condições de vida. 

(Fonte: NASA/Reprodução)(Fonte: NASA/Reprodução)

O estudo, que foi publicado sob autoria de Avi Loeb, astrofísico da Universidade Harvard, e Manasvi Lingam, astrobiólogo do Instituto de Tecnologia da Flórida, colocou em análise três fontes de calor distintas para um planeta sem estrelas próximas, observando o calor gerado durante a formação do corpo celeste, o decréscimo dos níveis de isótopos de longo ciclo durante os bilhões de anos de vida e o mesmo decaimento para isótopos de curta duração de vida. 

Os resultados, então, surgiram de maneira surpreendente, indicando que planetas com massas similares à da Terra, porém com um nível de radionuclídeos 100 vezes maior, conseguiam liberar calor o suficiente para abastecer todo o planeta, contribuindo com a possibilidade de habitação especialmente em locais congelados, já que possuem líquidos abundantes em sua superfície. "Isso dá a liberdade de estar em qualquer lugar. Você não precisa estar perto de uma estrela”, diz Avi Loeb.

Porém, apesar dos números animadores apresentados no relatório, os pesquisadores concluíram que seria impossível quaisquer seres pluricelulares sobreviverem a esses altos níveis de radiação, mesmo mantendo as substâncias líquidas por milhões de anos.

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