
Estilo de vida
22/05/2020 às 08:00•2 min de leitura
Observações realizadas por um poderoso radiotelescópio detectaram a presença de um disco galáctico que pode auxiliar na compreensão da origem do Universo. Composto de uma quantidade massiva de gás, ele se encontra em um sistema formado cerca de 1,5 bilhão de anos após o Big Bang — apresentando a nós, terráqueos, uma verdadeira viagem no tempo.
Matéria escura, gás, poeira, estrelas e corpos celestes massivos... Tudo isso faz parte da composição de galáxias e, caso se deseje descobrir mais informações a respeito de onde viemos, procurar entender como esses sistemas surgiram e cresceram, originando estruturas de proporções inimagináveis, faz parte de qualquer estudo científico dedicado à área. Discos galácticos são peças-chave dessa investigação, já que suas primeiras aparições remontam a bilhões de anos de história; logo, entendê-los pode ajudar a revelar diversas questões.
Disco galáctico capturado pelo Hubble exemplifica o fenômeno.
O fato mais impactante é que a data estipulada de seu nascimento é consideravelmente mais distante do que a dos mais velhos vistos até então. De acordo com conhecimentos cosmológicos atuais, as primeiras estruturas de grande escala universal eram halos esféricos de matéria escura, que, devido à sua imensa gravidade, entraram em colapso e deixaram gases circundantes (os discos).
Tudo o que caiu nos halos deu origem às estrelas e, por consequência, às galáxias. Depois disso, pressupõe-se que os sistemas continuaram a crescer com determinada hierarquia de matéria — alguns realmente se expandiram; outros, se extinguiram.
Logo, um debate acalorado na comunidade científica é recorrente: como funcionou, exatamente, o acúmulo de matéria necessário para que esses sistemas surgissem, dada a variação de formatos? Por exemplo, em galáxias mais recentes, como a nossa, discos de poeira e gás são observados, algo que não acontece em outras mais antigas.
Aparentemente, essa hierarquização ocorrida em tempos remotos é a chave para novos esclarecimentos — já que ela pode destruir ou promover o crescimento do disco.
São dois modos de acúmulo de gases: quente e frio. No quente, gases acrescidos levam mais tempo para perderem calor e formar outras matérias ao caírem na matéria escura do halo, o que resulta em galáxias tardias. Já no frio, o processo ocorre bem mais rápido, e as galáxias mais antigas ficam sem o brilho dos discos.
Para visualizar essas estruturas, instrumentos altamente sensíveis são necessários. Quanto mais longe estiverem, mais “voltamos no tempo”, já que a luz que chega aqui foi emitida há muitos e muitos anos. Dados de alta resolução mostraram que certos discos descobertos surgiram cerca de 3 bilhões de anos depois do big bang. A tecnologia, claro, avança cada vez mais, permitindo a pesquisadores descobrirem o exemplar cerca de 1,5 bilhão de anos mais velho detalhado na revista Nature.
Para conseguir o feito, um time de cientistas utilizou o Atacama Large Millimeter Array, rádio-observatório construído no Chile. A partir dele, visualizaram sinais de uma galáxia formada há cerca de 12,5 bilhões de anos. Com os detalhes, modelos foram estruturados, e os resultados indicaram informações alinhadas àquelas encontradas por meio de outros discos galácticos.
ALMA, estrutura utilizada para observações.
A revelação foi surpreendente, considerando-se a proximidade do nascimento da estrutura com o surgimento do Universo. Ainda que se trate de apenas um exemplar, isso já é suficiente para que projeções feitas até então sejam reformuladas e tragam novos questionamentos baseando-se em pequenas respostas sobre o início de tudo.
Disco galáctico formado logo após o big bang é detectado via TecMundo
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