Ciência
03/06/2020 às 09:00•2 min de leitura
Segundo informado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União nesta terça-feira, as vacinas de combate ao coronavírus, desenvolvidas pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, também serão testadas em pacientes brasileiros durante o mês de junho. Dessa forma, as duas nações irão contar, cada uma, com a participação de 5 mil voluntários que não tiveram contato com a doença para experimentar as novas potenciais medidas de enfrentamento à covid-19.
Passando oficialmente para a terceira fase do período experimental clínico, as vacinas, que estão sendo testadas desde abril deste ano, já estão sendo produzidas em larga escala, com amplas possibilidades de atender mundialmente a demanda de outros países, sendo considerado o medicamento com maior potencial de cura e o mais promissor do momento.
“A ideia não é ter uma competição entre os países”, explicou Daniela Ferreira, imunologista brasileira da Escola de Medicina Tropical de Liverpool.. “O que está acontecendo agora é um trabalho de envolvimento global, com todos os cientistas compartilhando conhecimento em tempo real. A vacina é para o mundo inteiro; tem de haver uma colaboração internacional e tem de ser solidária, não pode ser ditada por interesses comerciais e preços.”
(Fonte: Reuters/Reprodução)
As aplicações da vacina ChAdOx1 nCoV-19, devidamente aprovada pela Anvisa, serão monitoradas pelo Ministério da Saúde, que irá coordenar os exames realizados em voluntários do Rio de Janeiro e São Paulo, inicialmente. O acompanhamento será conjunto com a Fundação Lemann, do Reino Unido, que irá aguardar a realização de todos os testes nos países selecionados para divulgar os resultados finais.
Além dos órgãos e instituições, a rede farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca será responsável pela distribuição dos medicamentos e sua fabricação, com o intuito de garantir a "segurança, eficácia e imunogenicidade da doença", que afirmou, no fim de maio, ter recebido um investimento de US$ 1 bilhão do governo estadunidense, garantindo a fabricação de mais de 400 milhões de unidades da vacina para serem entregues a partir de setembro.
"Os estudos iniciais não clínicos em animais e os estudos clínicos de Fase 1 em humanos para avaliar a segurança da vacina foram realizados na Inglaterra e os resultados demonstraram que o perfil de segurança da vacina foi aceitável", esclareceu a Anvisa, em nota.