Pesquisadores usam radar para descobrir cidade romana enterrada

12/06/2020 às 11:002 min de leitura

Um artigo publicado na revista Antiquity na última terça-feira (9) registrou um trabalho inédito de arqueólogos que, pela primeira vez, conseguiram mapear uma cidade inteira na Itália, utilizado um radar avançado de penetração no solo, o georradar (GPR). O aparelho revelou detalhes surpreendentes da antiga cidade romana Falerii Novi, que ficava a 50 quilômetros de Roma.

O que é admirável nesse trabalho é que a tecnologia utilizada permitiu uma "visão" clara das estruturas urbanas que continuaram enterradas, ou seja, nenhuma escavação foi necessária para verificar como a cidade evoluiu desde sua construção e posterior ocupação em 241 a.C., até ser abandonada no início do período medieval.

Os pesquisadores, da Universidade de Cambridge no Reino Unido e da Universidade de Ghent na Bélgica, concluíram que "esse tipo de pesquisa tem o potencial de revolucionar estudos arqueológicos de locais urbanos, além de desafiar os métodos atuais de analisar e publicar conjuntos de dados GPR em larga escala".

Enxergando o passado

Fonte: Verdonck et al., 2020/Antiquity - ReproduçãoFonte: Verdonck et al., 2020/Antiquity - Reprodução

O uso do GPR revelou que Falerii Novi tinha uma rede de tubulações de água, um complexo de termas, mercado, templo e um monumento público. O layout e o design dessa cidade romana revelaram-se diferentes de outros centros urbanos estudados ao longo dos anos como Pompeia e Ostia Antica.

Embora a cidade tenha menos da metade do tamanho de Pompeia, o seu templo, o mercado e complexo de banhos são bem mais elaborados do que se imaginava, e diferentes de todas as estruturas arquitetônicas já estudadas. Utilizando um veículo do tipo "all-terrain" no solo, os pesquisadores fizeram leituras a cada 5 polegadas (12,7 cm). 

O diferencial desta pesquisa foram os avanços introduzidos na centenária tecnologia do radar de penetração no solo, que permitiram aos pesquisadores fazer o mapeamento dos 30,5 hectares da cidade em alta resolução, e de forma rápida. 

Um dos autores do estudo, o professor de Arqueologia Clássica Martin Millet está animado: "É emocionante e agora realista imaginar o GPR sendo usado para pesquisar uma grande cidade como Miletus na Turquia, Nicopolis na Grécia ou Cyrene na Líbia. Ainda temos muito a aprender sobre a vida urbana romana, e essa tecnologia deve abrir oportunidades sem precedentes nas próximas décadas."

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