Artes/cultura
24/06/2020 às 03:00•2 min de leitura
Como você deve ter aprendido nas aulas de Geografia, a Terra tem uma manta cheia de lava quente em seu interior e um núcleo interno ainda mais quente e sólido, certo? Pois bem, há algum tempo os cientistas descobriram que, mais ou menos na região onde as partes sólidas e fluidas se encontram, há enormes bolhas de rocha quente.
Quando falamos enormes, a gente quer dizer grandes mesmo. Descomunais. Para você ter uma ideia, os cientistas estimam que as maiores delas teriam 100 vezes a altura do Everest. Mas como não existe jeito de mandar um telescópio para o centro da Terra, para estudar as bolhas, isso é só uma estimativa. Na verdade, alguns pesquisadores suspeitam que elas podem ser ainda maiores do que se pensava.
Nesse mapa dá para ter uma ideia da extensão das bolhas.(Fonte: Universidade do Maryland/Reprodução)
Se não dá para ir até o centro da Terra, como os cientistas sabem que essas bolhas existem e são tão enormes? Pela atividade sísmica, as ondas causadas pelo movimento do fluido no centro da Terra, que também causam os terremotos.
Dá para saber que essas bolhas existem porque o fluido se movimenta de uma determinada maneira e causa um certo tipo de ondas sísmicas. Quando essas ondas variam muito de velocidade, é porque os fluidos entraram em contato com alguma coisa que tem densidade muito diferente. As bolhas de rocha quente, no caso.
Essa é uma explicação bem simples, claro. Mas isso ajuda a entender do que se trata a nova descoberta.
Os cientistas detectaram uma zona com atividade sísmica característica com mais de 1 mil quilômetros de extensão, no Pacífico Sul, em algum lugar entre o Havaí e as Ilhas Marquesas. Isso quer dizer que a extensão das bolhas pode ser ainda maior do que a previsão anterior, de 100 vezes a altura do Everest (o que daria 884 quilômetros).
Para saber o quanto medem essas bolhas e como elas são, exatamente, os cientistas ainda precisam fazer mais estudos. Mas essa descoberta já é um passo significativo nessa direção. A pesquisa foi feita pela Universidade do Maryland (Estados Unidos).