Ciência
07/07/2020 às 12:00•2 min de leitura
Quantas pessoas você conhece que rejeitam diversos fatos vivenciados ou cientificamente comprovados? Diante de tantos eventos e manifestações, naturais ou não, relatados em jornais, campanhas, periódicos e nos mais variados canais de distribuição da informação, até que ponto negá-los e rejeitar quaisquer tipos de conteúdo que não fazem parte da esfera de mundo é válido?
Conectada a fatores que podem remontar a uma vasta escala genealógica evolutiva, a negação impera como algo natural para diversas pessoas, estando diretamente relacionada a pontos determinantes para o estabelecimento de uma crença que, intrinsecamente, denota fatos próprios que virão a ser julgados ou não, dependendo do que a esfera de conhecimento do indivíduo consegue pesar.
Complicado? Nem tanto. A questão, conhecida cientificamente como "raciocínio motivado", coloca em evidência os principais fatores que estabelecem a constituição ideológica do indivíduo, no caso, religiosos, políticos, sociais, psicológicos. A partir disso, cada um deles é caracterizado com afirmações e negações, podendo excluir, por conveniência ou dogma, umas, enquanto outras passam a ser destaque e plenamente aplicadas sob o todo.
Evoluir e trabalhar consistentemente uma rede de pensamentos e convicções sobre o que o mundo foi capaz de mostrar permite, dessa forma, que os fatos postados em áreas de conhecimento não habituais sejam rejeitados pela própria consciência humana, por mais que sejam comprovados pela ciência ou instituições especializadas.
(Fonte:Medium/Reprodução)
Além disso, cada área ideológica contribui da forma como é priorizada no comportamento e na rotina do indivíduo, com a política, por exemplo, negando o que a ciência diz, ou a religião enfrentando as convenções de séculos de estudos da psicologia e mente humanas. Tais proporções podem causar uma rede de pensamentos imutável, gerando assertivas individuais influentes e um consequente efeito dominó de transmissão de ideias, como é possível identificar em grupos liderados por alguém soberano.
E então, dessa maneira, com a visão de mundo instaurada e bloqueada por fronteiras resistentes, abrem-se as portas para um estágio final: a negação da verdade nua e crua.
Por trás das formas de expressão e dos discursos antifactuais, o inconsciente das emoções trabalha para acompanhar não somente uma formação ideológica, mas também um estilo de vida e status sociais que permitem a negação dos fatos. Coloque em um pedestal e reflita: uma pessoa de influência e um miserável, ambos refutando uma argumentação científica. Quem seria o louco e quem seria o detentor de conhecimento?
(Fonte: Quartz/Reprodução)
E tal questão de permissividade e de concessão aliam-se em um sistema maquinado de inverdades, dando espaço para a disseminação dos contra-argumentos, mesmo sem base, e compactuando com a rede de pensamentos negacionistas que, de fato, somente prejudicam e atrasam o conhecimento real. Infelizmente, faz parte.