Saúde/bem-estar
08/07/2020 às 09:00•2 min de leitura
As cinzas de estrelas no estágio final de suas vidas podem conter a resposta-chave para compreender a origem da vida na Via Láctea, diz um novo estudo publicado na revista Nature Astronomy.
No artigo, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, relatam que a poeira cósmica produzida por estrelas que estão morrendo foram trazidos até a nossa galáxia através dos chamados "ventos estelares" e continham material repleto de elementos químicos — inclusive o carbono.
Dessa forma, essa carga química alimentaria as estrelas da Via Láctea, que posteriormente a matéria bruta necessária para o surgimento do nosso Sol e de todo o sistema planetário formado há 4,6 bilhões de anos.
(Fonte: Pixabay)
Apesar do consenso dentro da comunidade científica sobre a importância do carbono no surgimento de vida na Terra, ainda não existiam explicações sobre como esse elemento havia chegado até a nossa galáxia.
Ao analisar dados do Observatório Keck, no Havaí, sobre anãs brancas na Via láctea entre Agosto e Setembro de 2018, os pesquisadores relataram uma descoberta impressionante sobre as estrelas: suas massas de nascimento eram muito maiores do que estudos anteriores tinham registrado.
Uma anã branca é uma estrela com massa similar ao Sol e volume parecido com a Terra. Ao atingir a "supernova", — explosão causada no estágio final de uma estrela — o astro é responsável por espalhar uma grande quantidade de matéria cósmica pelo universo. Quanto maior a sua massa, maior a proporção de matéria espalhada.
Os astrofísicos que a massa final das anãs brancas analisadas chegava perto de 75% da massa solar — bem mais do que os 60% acreditados anteriormente. De acordo com o estudo, as estrelas anãs deveriam ter cerca de 150% da massa solar para produzir a quantidade de carbono que alimentou a Via Láctea em sua origem.
(Fonte: Pixabay)
Além das descobertas sobre a origem do carbono, as cinzas produzidas pela morte das estrelas também auxiliou cientistas a se aprofundarem mais sobre outro assunto: a emissão de luz por galáxias distantes no universo.
Combinando teorias da cosmologia e da evolução estelar, os pesquisadores obtiveram novas interpretações sobre como essa poeira cósmica contribui para a origem de luz em cantos mais afastados do universo.
Essa iluminação química é o que permite aos telescópios conseguirem enxergar partes distantes do cosmos e comprovar as teorias de evolução das estruturas cósmicas existentes na comunidade científica.