Ciência
13/07/2020 às 08:17•2 min de leitura
Em um comunicado à agência Tass no último domingo (12), a pesquisadora-chefe da Universidade Sechenov da Rússia Elena Smolyarchuk afirmou que os testes clínicos da vacina contra o novo coronavírus em voluntários foram concluídos.
Segundo a pesquisadora, que chefia o Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei e supervisiona as pesquisas sobre imunização desenvolvidas por iniciativa do governo russo: "A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura. Os voluntários receberão alta nos dias 15 e 20 de julho".
Pesquisador russo trabalhando com testes
A vacina russa está próxima à fase de distribuição porque o início dos testes clínicos ocorreu em junho passado. A Universidade Sechenov, que fica em Moscou, recrutou 38 voluntários remunerados para participar do estudo. Ao serem liberados, a partir desta quarta-feira (15), terão completado 28 dias em isolamento.
O objetivo dessa "quarentena" era protegê-los de outras possíveis infecções. Os voluntários, com idades entre 18 e 65 anos, permanecerão sob supervisão médica em regime ambulatorial após a alta por mais seis meses.
Também no mês passado, o exército russo deu início a outra bateria de testes clínicos da vacina. O estudo ainda está em andamento e deve durar dois meses.
Segundo o The Moscow Times, Smolyarchuk havia afirmado, no início de julho, que alguns dos participantes haviam experimentado respostas clínicas esperadas às aplicações das vacinas, como dores de cabeça e elevação da temperatura corporal, que desaparecem em menos de 24 horas.
Yegor Aleev-Tass/Reprodução
Num comunicado à imprensa, no dia 3 de julho passado, a universidade anunciou: "O Ministério da Saúde da Rússia tomará uma decisão sobre a eficácia da substância com base nos resultados de testes bioquímicos". E finalizou afirmando que o ministério "espera finalizar as testagens ... antes do outono".
A Rússia tem atualmente o quarto maior número de infecções por covid-19 do mundo, com 732,5 mil pessoas, atrás apenas do Estados Unidos, Brasil e Índia. No número de mortos o país se encontra na 11ª posição com 11.422.
O Kremlin divulgou que os cientistas do país estão desenvolvendo cerca de 50 projetos diferentes de vacinas, pois, segundo as autoridades, aqueles pesquisadores acreditam que a produção da vacina é "uma questão de prestígio nacional".