Ciência
17/07/2020 às 07:00•2 min de leitura
Mesmo a 150 milhões de quilômetros de nós, não conseguimos olhar para o Sol por muito tempo a olho nu. Mas, graças a uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), agora podemos apreciar o astro de perto nesta foto do Sol que é a mais próxima já capturada na história.
As fotos, tiradas por meio de um termovisor ultravioleta no dia 30 de maio e divulgadas na última quarta-feira (16), são as primeiras exibidas pela missão Solar Orbiter. Elas foram capturadas a 77 milhões de quilômetros da superfície da estrela, cerca de metade da distância entre o nosso planeta e o astro.
A fotografia mostra, na coroa do astro, milhares de miniexplosões — que os cientistas apelidaram de “fogueiras”. Eles não sabem exatamente o que elas são, mas acreditam que podem ser "nanochamas", ou pequenas faíscas que ajudam a aquecer a atmosfera externa do Sol.
"Fogueiras" são demonstradas pelas setas brancas.
A coroa do Sol — camada mais larga e externa da atmosfera solar — é centenas de vezes mais quente do que a superfície e o motivo disso é um mistério de longa data. Agora, os pesquisadores investigam se essas "fogueiras" podem ser responsáveis pelo calor abrasador.
Pesquisadores estão entusiasmados com o potencial da sonda Solar Orbiter, lançada em fevereiro deste ano com dez instrumentos para capturar imagens do Sol e estudar seu ambiente. E não é para menos: a sonda deverá ainda analisar as regiões polares da estrela pela primeira vez.
"Nunca estivemos tão perto do Sol com uma câmera e este é apenas o começo de uma longa e épica jornada com a Solar Orbiter, que nos levará ainda mais perto do Sol em dois anos", diz Daniel Müller, cientista de projeto da missão.
Uma missão ousada da NASA, a Parker Solar Probe chegou ainda mais perto do Sol e pretende atingir os 6,2 milhões de quilômetros de distância do astro. Entretanto, ela não carrega uma câmera, o que (ainda) não é possível em um ambiente severo como esse.
Enquanto isso, aqui da Terra, o Telescópio Solar Daniel K. Inoye, no Havaí, já capturou imagens que revelam detalhes do Sol com mais resolução do que as da Solar Orbiter, mas elas não mostram completamente a luz da estrela, já que a atmosfera terrestre filtra alguns comprimentos de onda ultravioletas e raios X.