Ciência
21/07/2020 às 13:00•2 min de leitura
Por meio de um estudo publicado no Nature Climate Change, cientistas da Universidade de Toronto passaram a debater o futuro das populações restantes de ursos polares, comentando sobre sérios e claros riscos de desaparecimento que os animais vivem devido às alterações climáticas e o aquecimento global. Com perspectivas bastante desfavoráveis, a expectativa sugere que a extinção dos mamíferos seria apenas questão de tempo, independente do caso de as emissões de gases de efeito estufa continuarem ou não no mesmo ritmo.
Dependendo essencialmente das calotas de gelo para poderem caçar as focas indispensáveis na sua alimentação, os ursos polares estão cada vez mais isolados devido ao derretimento dos blocos marinhos. Comprometidos pelo aquecimento global e com o aumento das amplitudes anuais de temperaturas, as estruturas congeladas também se movem para locais distantes das populações dos ursos, dificultando seus hábitos e forçando um jejum que vai muito além de seus limites fisiológicos.
Com o nicho comprometido e a continuidade da produção e emissão de gases estufa, a tendência natural do meio ambiente contaminado seria "prejudicar" populações de animais que sobrevivem em baixas temperaturas. "Eles precisam caçar focas em condições adequadas para poupar gordura e produzir o leite necessário para alimentar os pequenos", disse Steven Amstrup, um dos principais autores do estudo.
(Fonte: Fotonia/Reprodução)
"Ao estimar os pesos máximo e mínimo dos ursos, além do seu gasto de energia, calculamos o número máximo de dias de jejum que um urso polar pode suportar antes que as taxas de sobreviência de adultos e filhotes comecem a declinar", conclui Peter Molnar, da Universidade de Toronto.
Ao utilizar perspectivas passadas em comparação com dados atuais de alterações de temperatura e desaparecimento de algumas populações de ursos polares, os pesquisadores observaram um padrão suficiente para trazer notícias preocupantes sobre o futuro dos animais. Apesar de não haver algum cálculo mais preciso sobre o início do declínio completo dos 19 grupos de ursos polares ainda existentes, os cientistas confirmam que "não há caminho alternativo quanto à iminente extinção" até 2100.
Apesar de o aquecimento global ser limitado a 2,4 °C em relação à era pré-industrial, o degelo deverá persistir com a emissão dos gases estufa, que serão (e já são) comprometedores para cerca de 25 mil espécimes na mesma proporção.