Sapatos de criança morta em Auschwitz continham um manuscrito

24/07/2020 às 15:002 min de leitura

Pesquisadores do Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau encontraram recentemente mais uma peça histórica pertencente à época do Holocausto. Trata-se de um manuscrito que estava dentro de um par de sapatos infantis, no qual são detalhados o nome da criança, modo de transporte até o campo de concentração de Auschwitz, além do seu número de registro. 

(Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau/Reprodução)(Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau/Reprodução)

Os sapatos pertenceram a Amos Steinberg, um garoto tcheco de apenas seis anos de idade que havia chegado ao campo em 1944. A descoberta aconteceu por acaso, quando os especialistas participavam da reforma de um dos blocos do memorial. 

“Os documentos sugerem que mãe e filho foram deportados para Auschwitz no mesmo meio de transporte. É provável que ambos tenham sido assassinados na câmara de gás após a seleção”, contaram os pesquisadores por meio de uma declaração emitida pelo Memorial.

Acredita-se que mais de 1 milhão de homens, mulheres e crianças foram assassinados em Auschwitz. O garoto em questão teria sido encarcerado no gueto de Theresienstadt, em 10 de agosto de 1942. Seu pai teria se separado da família e transferido para Dachau dois anos depois, em 1944.

Relíquias dolorosas

Junto com o par de sapatos de Amos e o manuscrito, também foram encontrados outros dois pares que também continham documentos, mas escritos em húngaro. Por enquanto, os especialistas do museu acreditam que eles pertenceram a outros prisioneiros que viviam anteriormente em Budapeste e na atual cidade ucraniana de Munkács.

(Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau/Reprodução)(Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau/Reprodução)

"Já temos outros sapatos como esses em nossas coleções, no entanto, eles possuíam jornais, que costumavam ser usados como palmilhas ou um tipo de isolamento adicional", disse a pesquisadora Hanna Kubik. 

Segundo ela, a nova descoberta é bastante importante e interessante, pois os documentos estão em boas condições e possuem datas, nomes de pessoas e outras informações relevantes.

Os papéis incluíam os nomes Ackermann, Brávermann e Beinhorn. "Eles provavelmente foram deportados para Auschwitz na primavera ou no verão de 1944, durante o extermínio dos judeus húngaros. Espero que uma pesquisa mais aprofundada nos permita determinar os detalhes dos indivíduos", explicou Kubik. 

Agora, todas essas relíquias estão sendo organizadas e preparadas para que uma análise posterior possa ser realizada pelo departamento de coleções do museu. Dessa forma, haverá a garantia de novos detalhes históricos sobre o período.

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