
Estilo de vida
03/04/2020 às 07:00•2 min de leitura
Arqueólogos da Universidade de Staffordshire investigaram pela primeira vez, desde 1945, o único campo de concentração em terras britânicas. Utilizando equipamento moderno e não invasivo, a equipe usou pesquisas geofísicas e LiDAR – uma tecnologia ótica de detecção remota.
O arquipélago chamado Ilhas Channel fica na costa norte da França e foi o único território britânico ocupado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa área remota e pacata, encontra-se a ilha de Alderney, que recebeu diversos campos de trabalho forçado e dois campos de concentração. Um deles, conhecido como Sylt ou Lager Sylt, foi o primeiro local de estudo dos pesquisadores.
Reconstrução 3D de Sylt: A) 1942; B) 1943; C) 1944; D) 2017.
Segundo documentos descobertos da Schutzstaffel – uma organização paramilitar nazista conhecida como "SS" –, 103 pessoas morreram em Alderney. Porém, diversos registros não oficiais mostram que o número é muito maior, alcançando pelo menos 700 mortes.
Inicialmente, a ilha era utilizada pelos nazistas para abrigar trabalhadores e prisioneiros do leste europeu, mas, após o controle da SS em 1943, o local recebeu 2 campos de concentração com condições ainda mais precárias. Mais de 200 pessoas foram vítimas de doenças infecciosas disseminadas por piolhos, pulgas e ácaros.
A pesquisa foi endossada por um antigo prisioneiro do campo de concentração, Wilhelm Wernegau, que afirmou: "No meu quarto havia cerca de 150 homens ou mais. Havia mais ou menos isso em cada quarto... Tínhamos cobertores de palha e, durante todo o tempo em Alderney, sofremos terrivelmente com os piolhos".
Fotogrametria do túnel e da sala subterrânea que ligava a casa do comandante ao campo.
O estudo também mostra a disparidade entre os tipos de construção existentes nos campos de concentração. Enquanto os abrigos dos prisioneiros eram sujos e de madeira, os estábulos dos cavalos da SS eram construções robustas e bem feitas. Um local chamou a atenção dos arqueólogos por ser um túnel que ligava o campo de concentração à casa do comandante. Apesar do motivo de sua existência ainda ser inconclusivo, acredita-se que era usado para o tráfico de mulheres.
A história de Alderney ainda é um assunto muito delicado para os moradores da região. Enquanto alguns querem imortalizar a história do povo que sofreu na Grande Guerra, outros só querem esquecer tudo que aconteceu no passado.
"As abordagens históricas, forenses e arqueológicas finalmente ofereceram a possibilidade de descobrir novas evidências e dar voz àqueles que sofreram e morreram em Alderney há muitos anos", disse Caroline Sturdy Colls, professora da Universidade de Staffordshire.
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