Ciência
12/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Nem todas as máscaras são efetivas contra o novo coronavírus, indicou um estudo conduzido pela Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Durante o teste feito com 14 modelos de proteção facial, a equipe de cientistas observou uma opção em específico que pode aumentar os riscos de disseminação do vírus SARS-CoV-2.
As máscaras, junto às recomendações de isolamento social, têm sido uma medida importante para achatar as curvas de contaminação por covid-19 pelo mundo todo. Porém, é essencial saber quais versões são verdadeiramente eficientes e quais podem colocar sua saúde em alerta.
(Fonte: Universidade de Duke)
Para provar a eficácia dos protetores, os cientistas submeteram todos os materiais a um teste óptico utilizando câmeras e canetas laser — responsáveis por iluminar as partículas liberadas por uma pessoa durante a respiração no uso de máscaras. Depois disso, um simples algoritmo de computador contabilizou a quantidade de gotículas que atravessaram os objetos testados.
Máscaras de tricô estão entre os três piores tipos de modelo de proteção (Fonte: Universidade de Duke)
O diretor do centro de Imagem avançada de luz e Espectroscopia da Universidade de Duke, Martin Fischer, ressaltou a facilidade para conduzir o experimento. Os materiais utilizados foram muito mais baratos do que os apetrechos regulares de um laboratório e são facilmente encontrados no mercado, explicou o cientista.
Entre as piores qualificadas ao final do teste, as bandanas se mostraram pouco eficientes no quesito "proteção". A permeabilidade do material fez com que as partículas atravessassem facilmente o pano, o que facilitaria para que seu usuário transmitisse e contraísse o vírus.
Muito frouxos, lenços tiveram piores resultados durante o experimento (Fonte: Universidade de Duke)
Porém, os panos para pescoço e cachecóis alcançaram um resultado ainda pior: o material dividia as grandes partículas de saliva em pedaços menores, que se espalhavam pelo ar com maior potência.
Segundo Fischer, a equipe ficou surpresa ao relatar essa ineficácia. "o número de partículas transportadas pelo pano acabou sendo ainda maior do que o transmitido por pessoas sem qualquer tipo de máscara", destacou.
Máscara cirúrgica de três camadas atingiu bons resultados (Fonte: Universidade de Duke)
Das opções mais encontradas no mercado, as máscaras cirúrgicas de três camadas foram as que obtiveram o melhor resultado. A grande quantidade de revestimentos foi suficiente para impedir que as gotículas respiratórias atravessassem o material e alcançassem outras pessoas.
Exemplo de máscara caseira de algodão (Fonte: Universidade de Duke)
As máscaras de algodão caseiras, que viraram tendência entre as pessoas que buscavam fazer uma fonte de renda extra durante a pandemia, também foram julgadas como satisfatórias pela equipe.
Modelo N-95, utilizado por profissionais de saúde (Fonte: Universidade de Duke)
Por fim, a grande vencedora das 14 opções testadas foi a N-95 não valvulada. Essa é uma máscara comumente utilizada entre os profissionais de saúde que atuam na linha de frente da pandemia e teve os melhores resultados para frear a disseminação do vírus SARS-CoV-2.