Cremação é feita por humanos há 9 mil anos

17/08/2020 às 04:002 min de leitura

Um novo estudo publicado na revista Plus One identificou o primeiro lugar historicamente conhecido por realizar rituais de cremação em seus mortos. De acordo com a equipe do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), os habitantes do Oriente Próximo passaram a queimar seus mortos por volta de 7000 a.C.

A escavação conduzida pela pesquisadora Fanny Bocquentin no sítio neolítico em Baysamun, em Israel, expôs os restos mortais de um jovem adulto que teve seus ossos intencionalmente danificados por fogo na tentativa de queimar seu cadáver.

Pesquisadores analisaram restos mortais

(Fonte: CNRS)(Fonte: CNRS)

De acordo com a equipe de arqueólogos que trabalhou no caso, a cova destinada para cremação continha o que parecia ser os restos mortais de um corpo inteiro após passar pelo ritual funerário. Apesar de alguns ossos estarem fora do lugar, a integridade da peça fez com que os pesquisadores acreditassem que o corpo foi cremado como um todo e não em pedaços.

A análise laboratorial do esqueleto revelou que a estrutura óssea era de um rapaz que viveu há 9 mil anos —  entre 7013 a.C. e 6700 a.C — o que torna o território israelita como o mais antigo exemplo de cremação no Oriente Próximo.

Os ossos estavam localizados dentro de uma cova aberta e com isolamento nas paredes. Os indícios de distorção, encolhimento, divisão e rachaduras longitudinais indicaram para a equipe que o corpo havia sido cremado a aproximadamente 500 ºC.

Cremação mostra mudança de comportamento na sociedade

(Fonte: CNRS)(Fonte: CNRS)

Para Bocquentin e sua equipe, a análise laboratorial dos restos mortais oferece as garantias necessárias para afirmar que o objeto em análise é derivado da cremação intencional de um defunto e não de alguém que morreu acidentalmente durante um incêndio.

Essa é uma importante descoberta para compreendermos a mudança de comportamento na sociedade ocidental quanto ao trato com os mortos. Naquela época, era comum que os mortos tivessem as cabeças decepadas antes do enterro ou que fossem enterrados num local em ruínas. 

Portanto, desvendar o início dos rituais de cremação pode ser considerado como uma importante etapa para entendermos o momento na história em que nossos antepassados passaram a dar mais valor e significado aos mortos. 

A equipe da CNRS pretende continuar analisando o local para obter mais informações sobre a metodologia utilizada na cremação dos corpos e se aprofundar nas mudanças culturais de 9 mil anos atrás.


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