Ciência
21/09/2020 às 05:30•2 min de leitura
O telescópio mais poderoso do mundo, atualmente em construção no Observatório Las Campanas, no Chile, recebeu um importante aporte financeiro na última quarta-feira (16), que permitirá realizar uma série de avanços no projeto, previsto para ser finalizado por volta de 2025.
A doação, de US$ 17,5 milhões, foi feita pelo National Science Foundation (NSF), uma das principais agências de fomento à pesquisa básica dos Estados Unidos.
Com essa quantia, a GMTO Corporation, responsável pelo Telescópio Gigante de Magalhães (GMT), poderá acelerar o desenvolvimento dos sistemas ópticos e tecnologias infravermelhas, essenciais para o projeto. A iniciativa inclui o desenvolvimento de bancos de testes na Universidade do Arizona (UA) e no Observatório Astrofísico Smithsonian.
Área de construção do telescópio mais poderoso do mundo.
Tais avanços permitirão ver ainda mais longe no espaço e com uma riqueza de detalhes muito superior à oferecida por qualquer outro telescópio óptico já construído em solo. Essa melhoria na qualidade da imagem é o principal requisito para que o GMT consiga cumprir a missão de expandir o conhecimento sobre o universo.
A bolsa concedida pelo NSF ao telescópio mais poderoso do mundo será utilizada para a construção de dois bancos de teste de fases. Em um ambiente de laboratório controlado, os pesquisadores terão a possibilidade de demonstrar o funcionamento dos projetos para alinhar e fasear os sete segmentos de espelho, com a precisão exigida para obter imagens limitadas por difração na primeira luz.
Essa etapa inclui o uso de um protótipo com o mesmo tamanho do suporte do espelho primário e o sistema de controle do equipamento, desenvolvidos no Centro de Óptica Adaptativa Astronômica da UA e no Observatório Astrofísico Smithsonian. Já os testes do atuador e da integração do suporte acontecerão na Universidade do Texas A&M.
O telescópio mais poderoso do mundo deve ficar pronto entre 2024 e 2025.
Os testes servem para verificar se o Telescópio Gigante de Magalhães consegue operar com desempenho ideal em relação à qualidade da imagem, lembrando que ele foi projetado para apresentar uma resolução 10 vezes superior ao Telescópio Espacial Hubble, uma das maiores invenções da história da astronomia.
No GMT, o espelho primário é composto por sete segmentos de espelho de 8,4 metros. Para que ele forneça imagens limitadas por difração, todos os segmentos precisam ser colocados em fase, se comportando como um “espelho monolítico de 25 metros”, segundo o gerente de projeto da GMTO James Fanson.
Quando estiver concluído, o Telescópio Gigante de Magalhães será 2,5 vezes maior do que qualquer outro telescópio óptico da Terra, de acordo com o professor da Universidade Nacional da Austrália Matthew Colless. A instituição é uma das parceiras do projeto, assim como a Universidade de São Paulo (USP).
A qualidade de imagem do GMT será superior à fornecida pelo Hubble.
“O GMT será capaz de coletar cerca de cinco vezes mais luz do que os maiores telescópios existentes, o que significa que seremos capazes de ver coisas muito mais fracas do que os limites atuais”, comentou Colless. O equipamento se destaca também por contar com uma tecnologia que elimina as distorções causadas pela atmosfera, trazendo uma visão quase tão nítida como se ele estivesse no espaço.
Após sua estreia, o telescópio mais poderoso do mundo permitirá observar o céu como nunca, oferecendo aos astrônomos a possibilidade de estudar, por exemplo, a formação de estrelas e galáxias logo após o Big Bang.
Telescópio mais poderoso do mundo recebe doação milionária via TecMundo