Ciência
04/10/2020 às 05:00•2 min de leitura
No Alasca, os ursos-pardos do Parque e Reserva Nacional de Katmai (KNPP) não chamam a atenção apenas por aparecerem às centenas, mas também pelo seu porte físico pouco antes da hibernação, ao surgirem com dezenas de novos quilos em poucos dias de alimentação. A época sazonal passou a ser conhecida pela população local, que logo tratou de celebrar o período com uma competição bizarra, a Semana do Urso Gordo.
O torneio anual ocorre entre 30 de setembro até 6 de outubro e celebra o ganho de peso dos animais, levando os espectadores a votar no urso mais gordo. Com pesos acumulados que podem aumentar em até 60% sua massa, as enormes bolas de pelo viram uma atração sem igual, sendo motivo para muita festa e agito nas redondezas.
Segundo a administração do KNPP, aproximadamente 2.200 destes animais ocupam a região e, durante a pré-hibernação, disputam por cardumes de salmões altamente calóricos nos rios. Sem praticar qualquer atividade física para queimar a nova massa adquirida, os mamíferos simplesmente continuam comendo sem parar.
“Em junho e julho, alguns ursos comem 40 salmões por dia. Você vê restos de peixes em todas as margens do rio. Isso deixa as gaivotas e os mais jovens da espécie muito felizes, porque às vezes eles não conseguem competir pelo peixe inteiro. O que estamos comemorando é o sucesso desses animais em fazer seu bom trabalho para sobreviver e prosperar”, explicou Naomi Boak, do KNPP.
Pela primeira vez na história da competição, uma equipe do National Park Service (NPS), em Anchorage, Alasca, utilizou tecnologias de reconstrução corporal baseada em dispositivos laser.
O Terrestrial Laser Scanning Systems é um sistema autônomo de detecção de massa que dispara feixes de luz nos ursos, colaborando com a criação de um modelo 3D que consegue calcular o volume dos animais. Para isso, é necessário que o urso passe cerca de 30 segundos parado para que os resultados retornem na íntegra aos computadores dos especialistas.
“Os melhores dados documentados que temos são o volume do urso, para ver quanto espaço ele está ocupando no rio. Pudemos verificar que os ursos de Katmai são alguns dos maiores do mundo”, afirmou Brooklyn White, do KNPP.