Artes/cultura
23/10/2020 às 05:00•2 min de leitura
Um vídeo divulgado na semana passada no YouTube capturou, pela primeira vez na natureza, imagens do namoro e acasalamento de pandas. Ao contrário do aspecto fofinho ao qual geralmente associamos esses animais, a competição entre machos pela fêmea e o comportamento desta nos lembraram do aspecto selvagem dos pandas-gigantes.
O acasalamento entre pandas é considerado uma ocorrência rara, primeiramente porque o cio da fêmea é curto, durante dois meses na primavera. Além disso, tem que haver uma perfeita sincronia entre a batalha dos machos pela primazia da cruza e o exato momento em que a fêmea está pronta para o acasalamento.
Durante quase três anos, os cineastas de natureza Yuanqi Wu e Jacky Poon seguiram pandas nas montanhas de Qinling na China, na expectativa de registrar comportamentos não normalmente observados em animais criados em cativeiro, onde o acasalamento ocorre sem competições entre machos.
A paciência desses abnegados pesquisadores foi recompensada, quando conseguiram flagrar, durante a época reprodutiva, dois machos eriçados numa disputa feroz ao pé de uma árvore, com uma panda fêmea fértil nos galhos acima. As imagens farão parte de um documentário para a PBS Nature, canal de TV educativa dos EUA.
As imagens registradas bem ilustram o conteúdo do documentário, chamado “Pandas: Born to be Wild”. Mostrando porque nasceram para ser selvagens, os dois pandas machos, um dominante mais velho e um jovem mais afoito, se enfrentam até que o mais jovem se afasta.
Porém, quando a fêmea desce do seu “poleiro”, ela rejeita o vencedor, luta com ele e foge sem consumar o ato. Durante semanas, a novela continua com os dois machos perseguindo a disputada panda fêmea e se ameaçando com rosnados, cada vez mais frequentes, até que iniciam outro tenso conflito.
Decorrida mais uma semana, a fêmea estava finalmente pronta para acasalar, e apenas um panda macho permaneceu à sua espera, o jovem.
Esse ritual panda feito de urros dos machos, marcação dos locais pelo cheiro das secreções da fêmea e a própria perseguição são comportamentos que desencadeiam a ovulação, e podem explicar em parte a dificuldade que têm esses animais em se reproduzir em cativeiro.