Ciência
03/11/2020 às 06:00•1 min de leitura
Um estudo feito por pesquisadores brasileiros, publicado recentemente (26) na revista científica Historical Biology, relatou o primeiro caso de câncer em um mamífero extinto não-humano do Quaternário e pode ser o primeiro caso dessa forma de câncer ósseo no registro fóssil.
O animal estudado, uma preguiça da espécie Nothrotherium maquinense, que viveu durante o período geológico conhecido como Era do Gelo, tinha um porte de pequeno a médio e tinha, no máximo, 1,5 metro de comprimento.
Coletado numa caverna localizada no planalto da Serra do Ramalho na Bahia, chamada Lapa dos Peixes I, o espécime era um animal que caminhava no chão e não subia em árvores.
O tumor foi diagnosticado com base na aparência macroscópica, radiológica e histológica da lesão. Era um osteossarcoma parosteal, um tipo de câncer ósseo. Num comunicado à imprensa, os autores explicam que a presença da patologia “teria sido extremamente prejudicial para sua vida”.
Embora não seja possível afirmar, com certeza, se o bicho morreu por causa do câncer ou por uma queda acidental na caverna, é bastante provável que ele sofresse de dores locais, inchaço e limitação dos movimentos articulares.
Embora esse tipo de neoplasia seja comum em quase todos os animais, é o primeiro caso verificado em uma espécie já extinta. O fóssil estudado encontra-se atualmente no Museu de Ciências da Terra (MCTer), do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), no Rio de Janeiro.