As caudas dos jacarés podem voltar a crescer, afirmam cientistas

06/12/2020 às 08:002 min de leitura

Pesquisadores da Arizona State University descobriram que a habilidade de regeneração de caudas não é uma particularidade exclusiva de algumas subespécies de lagartos, mas também é pertencente ao jacaré-americano. Segundo o estudo, os répteis norte-americanos conseguem recuperar a parte perdida apenas durante sua juventude através de um método inédito.

Utilizando técnicas que combinam a análise de imagens de alta resolução, cientistas conseguiram explorar a anatomia da região cortada, concluindo que o processo de regeneração do animal é semelhante ao que ocorre em lagartos, onde o crescimento da cartilagem, dos vasos sanguíneos, dos nervos e das escamas resultam em uma estrutura complexa.

“O que torna o jacaré interessante, além de seu tamanho, é que a cauda crescida exibe sinais de regeneração e cicatrização de feridas dentro da mesma estrutura”, disse Cindy Xu, autora principal do estudo. “O crescimento da cartilagem, vasos sanguíneos, nervos e escamas foram consistentes com estudos anteriores de regeneração da cauda de lagarto em nosso laboratório e outros”. 

(Fonte: Cindy Xu / Twitter)
(Fonte: Twitter/Cindy Xu/Reprodução)

Diferentemente das lagartixas, os jacarés não conseguem desacoplar a cauda como um mecanismo de defesa. Além disso, os estudos observaram que os vorazes predadores só possuem capacidade regenerativa durante sua juventude, podendo recuperar até 18% do comprimento total do corpo, algo que leva até 18 meses para ser concluído.

Cicatrização de feridas e o futuro das pesquisas

Os cientistas reparam que o processo de crescimento da cauda em jacarés resulta tanto na reparação quanto em um aparato de cura, nos quais as feridas abertas surgem fechadas no novo pedaço do corpo. 

“A cauda do jacaré regenerada é sustentada por um tubo de cartilagem não segmentado em vez de osso. Não tinha músculo esquelético e apresentava tecido conjuntivo semelhante a uma cicatriz preenchida com nervos e vasos sanguíneos”, explica Xu.

O estudo reforça as pesquisas sobre a ancestralidade dos répteis e a perda da habilidade, na tentativa de localizar em que linhagem temporal a recuperação passou a variar entre espécies, chegando a desaparecer em outras. Além disso, o conhecimento adquirido com os projetos pode colaborar com o desenvolvimento de terapias médicas e outros procedimentos de reparação de tecidos.

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