Cartilagem construída na Estação Espacial vira referência clínica

17/07/2020 às 04:002 min de leitura

Utilizando técnicas de magnetismo através de um dispositivo de bio-montagem, o cosmonauta russo Oleg Kononenko construiu, de maneira inédita, a primeira cartilagem humana sem o uso de andaimes físicos de tecido. Além disso, o engenheiro configura como o primeiro a realizar o processo inteiramente a bordo da Estação Espacial Internacional, colaborando com um enorme salto para a ciência.

A abordagem de campos magnéticos foi construída pela empresa russa 3D Bioprinting Solutions e permite enfrentar as dificuldades oferecidas em situações onde a ausência de técnicas tradicionais para a reconstrução de tecidos humanos exista. Conhecida como bioassemblagem levitacional, o processo, que parece um evento mostrado nos mais renomados filmes de ficção científica, renova a importância das tecnologias da estação da NASA e como podem colaborar com o avanço acadêmico da comunidade.

(Fonte: Space/Reprodução)(Fonte: Space/Reprodução)

"Pode-se imaginar não muito longe no futuro que, se colonizarmos Marte ou fizermos viagens espaciais a longo prazo, poderemos fazer experimentos onde construímos tecidos funcionais no espaço e testá-los em ambientes extraterrestres", diz Utkan Demirci, cientista de Stanford e autor do artigo publicado na revista Science Advances.

O processo do magnetismo celular

Mesmo existentes e amplamente utilizados na Terra, os equipamentos de impressão de biomateriais possuem dificuldades de funcionamento em gravidade diferente da terrestre. Porém, o caso do dispositivo transportado para a Estação Espacial Internacional é diferente, tendo obtido sucesso mesmo em meio às adversidades extra-atmosféricas e tendo sido projetado para neutralizar os efeitos da aceleração gravitacional e mesmo a sua ausência.

(Fonte: 3D Bioprinting Solutions/Reprodução)(Fonte: 3D Bioprinting Solutions/Reprodução)

Diferentemente dos quelatos de gadolínio utilizados amplamente para ligar as células nos processos mecânicos e mais comuns de construção de tecidos, o dispositivo russo necessita de um acessório de bioensaio magnético, onde toda a automontagem das células transportadas para a estação foi executada após seu devido resfriamento com um hidrogel especial.

Um olhar para o futuro

Segundo Demirci, o processo de criação de cartilagens tem todo o potencial para colaborar com a medicina de reconstrução de tecidos, sendo protagonista para a recuperação de lesões durante missões espaciais e, posteriormente, até mesmo levado para os testes clínicos em larga escala. 

"Nesse sentido, o desenvolvimento de abordagens de engenharia de tecidos para criar equivalentes completos de tecidos e órgãos humanos para estudar a influência das condições de voo espacial e atender às necessidades da medicina espacial é o próximo passo consecutivo", conclui Vladislav Parfenov, da 3D Bioprinting Solutions.

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