Estilo de vida
19/03/2021 às 07:00•2 min de leitura
Embora já seja do conhecimento dos médicos que a duração total do sono representa um papel importante em episódios de depressão maior, outros parâmetros como o tempo e a regularidade como se dorme devem ser relacionados com a saúde mental. Em um novo estudo, publicado nesta quinta-feira (18) na revista Digital Medicine, pesquisadores da Universidade de Michigan buscaram resolver essa lacuna.
Para isso, usaram a tecnologia para estudar os fatores comportamentais e fisiológicos da saúde mental em 2,1 mil residentes de Medicina: o sono com um dispositivo vestível, o humor diário com um aplicativo de smartphone e a depressão através de um Questionário de Saúde do Paciente com nove itens (PHQ-9), durante um ano.
Segundo Yu Fang, autor sênior do estudo, "a tecnologia avançada nos permite estudar os fatores comportamentais e fisiológicos da saúde mental, incluindo o sono, em uma escala muito maior e com mais precisão do que antes, abrindo um campo empolgante para exploração".
Fonte: Cecilie_Arcurs/Getty Images/Reprodução
Os dados obtidos pela pesquisa vieram de medições diretas do sono e do humor de 2,1 mil residentes durante um ano. Como esses estudantes tinham jornadas de trabalho frenéticas, os horários de sono se desregularam, e o mau humor foi uma das consequências naqueles que dormiam tarde ou acordavam muito cedo.
Os indivíduos cujos dispositivos revelaram horários de sono variáveis, bem como os que ficavam acordados até tarde ou dormiam menos horas, tiveram pontuações mais altas nos questionários padronizados de sintomas de depressão, com avaliações de humor diárias mais baixas.
Fonte: Symbeo Health/Reprodução
A conclusão da pesquisa foi de que a variabilidade nos parâmetros de sono impactou de forma considerável tanto o humor quanto a depressão, semelhante em importância aos níveis médios desses parâmetros. Por isso, qualquer tipo de tratamento que busque juntar estabilidade e duração do sono pode ser considerado promissor para a saúde mental.
Como a população estudada foi de pessoas relativamente jovens, com idade média de 27 anos, e todos os estudantes de Medicina, a amostra pode não ser representativa do universo populacional. Apesar disso, como todos os indivíduos experimentaram cargas de trabalho e cronogramas parecidos, constituíram um bom grupo para testar as hipóteses.