Hieróglifos revelam jogos políticos do Império Maia há 1.300 anos

31/03/2021 às 07:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram, durante escavações realizadas no sítio arqueológico de El Palmar, no México, a tumba do embaixador maia Waal de Ajpach, que viveu no continente americano há cerca de 1.300 anos. Junto aos restos mortais do diplomata, também foi identificada uma escadaria repleta de hieróglifos que detalham a vida da antiga elite local e a dinâmica dos jogos políticos no império pré-colombiano.

Segundo as inscrições, Waal de Ajpach, que foi morto com uma idade entre 35 e 50 anos por volta de 726 d.C., partiu de El Palmar para as Honduras com o objetivo de intermediar uma aliança entre as dinastias de Copán e Calakmul, em uma viagem que lhe custou cerca de 560 quilômetros de caminhada. As imagens da escadaria sugerem que o diplomata era considerado um "lakam", termo utilizado para políticos que percorrem territórios e carregam bandeiras a fim de concluir missões diplomáticas.

(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)

Kenichiro Tsukamoto, pesquisador principal do estudo, afirmou que o importante cargo social do diplomata foi herdado de seus pais, antigos membros da elite maia, e seu enterro foi digno dos mais poderosos cidadãos da época, com direito à construção de uma plataforma que era ocupada pelo público interessado em acompanhar inúmeros rituais. Porém, um detalhe encontrado na tumba do diplomata sugere que sua vida na elite foi bastante tumultuada.

A análise dos ossos

O diplomata havia sido enterrado com apenas dois potes de barro decorados, algo considerado simplório se comparado com as tradições da civilização pré-colombiana. Além disso, apesar de seus dentes possuírem implantes de pedras de pirita e jade, caracterizando um tradicional rito de passagem entre jovens elitistas, os ossos apresentavam claros sinais de problemas de saúde e indicavam que seu status não o protegeu de desenvolver inúmeras infecções e traumas.

(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)

Entre os problemas encontrados, foram detectadas doenças gengivais, inflamações no tecido conjuntivo, escassez nutricional e desnutrição, fraturas na tíbia, artrite em quase todas as articulações, quedas de dentes e outros sintomas. Aparentemente, esses diagnósticos foram motivos para que Waal de Ajpach fosse descartado da elite no final de sua vida.

(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)(Fonte: Kenichiro Tsukamoto - Universidade da Califórnia / Reprodução)

"Sua vida não é como esperávamos com base nos hieróglifos. Muitas pessoas dizem que a elite desfrutou de suas vidas, mas a história geralmente é mais complexa", concluiu Tsukamoto.

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