Ciência
02/04/2021 às 09:00•2 min de leitura
Recentemente, a falta de oxigênio em hospitais brasileiros para ajudar no combate a pandemia de covid-19 tomou conta das manchetes dos jornais nacionais e mobilizou a ação de inúmeras figuras públicas na internet. Em janeiro, a escassez de tanques de oxigênio no Amazonas custou dezenas de vidas e criou um alerta para o sistema de saúde brasileiro.
Desde então, o Ministério da Saúde anunciou a criação de mais de 30 usinas de oxigênio espalhadas pelo estado capazes de gerar 15,5 mil m³ do gás por dia. Porém, você sabe o que é uma usina de oxigênio e como ela funciona? Neste artigo nós explicaremos um pouco mais sobre a importância dessa ferramenta.
(Fonte: Hugo/Divulgação)
Apesar de o oxigênio ser cultuado como o ar que respiramos, uma pessoa normal precisa respirar apenas 20,9% desse gás para continuar sobrevivendo. Contudo, quando se está com os pulmões comprometidos, a absorção do oxigênio precisa ser compensada de alguma forma.
Naturalmente, o corpo tenta respirar mais rápido e profundamente, o que não resolve por muito tempo. É por isso que os hospitais utilizam máscaras de oxigênio para forçar a aspiração do oxigênio a cada inspiração que o sistema respiratório faz, processo considerado essencial para salvar vidas.
Só que esse oxigênio não é cultivado em árvores, ele precisa ser produzido em usinas. Para isso, esses mecanismos industriais realizam sua produção através dos processos de adsorção e destilação criogênica, conhecidos por serem muito mais baratos e fáceis de fazer do que por eletrólise.
(Fonte: Reuters/Bruno Kelly)
De maneira geral, as usinas de oxigênio funcionam como "filtros moleculares" para remover moléculas indesejadas do ar comprimido e gerar uma produção de oxigênio com pureza entre 90% e 95%. Essa é uma tecnologia bastante comum e nada complicada.
Inclusive, muitas plantas industriais possuem suas próprias usinas de oxigênio ao gerarem o gás como subproduto durante as produções de nitrogênio, que é usado para a esterilização de tubos nas construções civis. Sendo assim, a escassez de oxigênio envolve muito menos um problema tecnológico, mas evidência uma falta de planejamento.
Não à toa, hoje existe uma corrida política para se inaugurar um maior número de usinas de oxigênio para suporte dos centros de atendimento médico espalhados pelo Brasil. Com a resolução desse problema logístico, o país deve ter um desafio a menos para lidar durante a pandemia.