Baterista coloca eletrodos no cérebro para tratar Parkinson

19/05/2021 às 05:003 min de leitura

Uma história comovente ganhou o mundo da música nos últimos tempos. Após passar os últimos 30 anos na estrada com a banda Three Dog Night, o baterista Patrick Bautz passou a apresentar sintomas físicos que vinham atrapalhando sua performance. Em 2014, o músico passou a conviver com tremedeira, dores e rigidez no braço e no pé.

Após buscar auxílio de diversos médicos, Pat foi diagnosticado com a doença de Parkinson, um distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento. Mesmo em meio às dificuldades, ele não queria abdicar da sua longa carreira e foi atrás de maneiras que pudessem reverter seu quadro de saúde.

A carreira de Patrick Bautz

(Fonte: Three Dog Night/Cortesia)(Fonte: Three Dog Night/Cortesia)

Desde jovem, tocar bateria já era algo que inspirava e agradava Pat Bautz. Aos 3 anos de idade, o músico já segurava as baquetas nas mãos e sonhava em alcançar os grandes palcos. Nessa época, seus dois maiores incentivadores eram seus irmãos mais velhos, que também eram bateristas.

Depois de um tempo, o sonho deixou de ser imaginação para se tornar realidade. Quando menos esperava, Bautz já estava dividindo o palco com superestrelas norte-americanas como Mickey Gilley, Freddy Fender, Dave Manson e Jeffrey Osborne. Porém, foi com a banda Three Dog Night que ele achou o seu lugar.

Pat entrou para o grupo de rock'n'roll em 1993 e desde então consolidou seu espaço no cenário musical. Porém, em 2014 as coisas começaram a desandar. Naquele ano, Bautz já não se sentia o mesmo baterista que um dia fora. Por mais que estivesse se aproximando dos 60 anos de idade, algo parecia fora do lugar e a mão direita estava descoordenada. 

Então, decidiu buscar ajuda médica. Após passar por alguns neurologistas, o músico então foi diagnosticado com Parkinson. 

Tratamento inovador

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Em uma das suas incessantes buscar por algo que melhorasse seus sintomas, Pat acabou se deparando com a Mayo Clinic. Foi lá que o Dr. Ryan Uitti o convenceu sobre a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS), uma técnica de introdução de eletrodos no cérebro para gerar estímulos elétricos nos circuitos cerebrais e atenuar os sintomas.

Em entrevista ao Mega Curioso, Uitti falou um pouco mais sobre como funciona o procedimento. "Dependendo dos sintomas do paciente, nós selecionamos 'alvos' do cérebro para colocar os eletrodos. Através dos avanços tecnológicos, hoje nós podemos individualizar o processo da operação e conseguimos colocar até quatro eletrodos em uma pessoa", disse.

Os eletrodos são colocados junto a uma bateria implantada. Todo o processo é feito com o paciente acordado, visando com que ele possa descrever a melhora dos sintomas durante a operação. "Surpreendentemente, senti muito pouco durante a operação, apenas um pouco de pressão às vezes", comentou Pat Bautz.

A DBS é uma operação de rotina na Mayo Clinic desde 1995. De acordo com os médicos, a expectativa é de que os pacientes com Parkinson tenham 90% de chances de melhorar seu estilo de vida após a realização do procedimento.

Estimulação cerebral profunda

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Após a realização da DBS, o tempo necessário para o acompanhamento e conclusão do procedimento é de 2 a 3 semanas. A clínica também oferece visitas virtuais para que clientes internacionais possam entender um pouco mais sobre o processo e decidir de a cirurgia é o melhor caminho para seguir.

Na visão do Dr. Sanjeet Grewal, neurocirurgião da Mayo Clinic, esse tipo de procedimento ainda não é muito conhecido pela população em gera. "Há uma grande porcentagem de pacientes com Parkinson que seriam bons candidatos, mas infelizmente não estão cientes dos benefícios potenciais da estimulação cerebral profunda", declarou.

Segundo Grewal, a empresa tem feito importante trabalho de individualizar o atendimento de cada paciente em busca dos melhores resultados. Durante o processo, a equipe médica conta com uma série de imagens e testes do cérebro para otimizar a implantação dos eletrodos para combinar com a anatomia individual do paciente.

Retorno aos palcos

(Fonte: Three Dog Night/Cortesia)(Fonte: Three Dog Night/Cortesia)

Após o fim do procedimento, o baterista Pat Bautz se demonstrou bastante satisfeito com o resultado. "Esta operação é a segunda melhor coisa que eu já fiz na vida, a número um foi me casar com a minha esposa Laurie", brincou. O músico explicou que sua mulher foi fonte fundamental de apoio durante essa jornada e que não poderia ter atravessado essa situação sem ela.

Bautz ainda destacou que os tremores nas mãos completamente pararam após a realização da DBS e agora continuará vivendo sua vida normalmente como baterista profissional. Se tudo já não estivesse bem o suficiente, o retorno aos palcos já está com data marcada: 2 de julho de 2021. 

No meio do ano, a Three Dog Night recomeçará sua turnê pelos Estados Unidos e já tem 70 shows agendados até o fim do ano.

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