Saúde/bem-estar
25/05/2021 às 03:00•2 min de leitura
A Dinamarca começou, nesta semana, a desenterrar milhões de visons abatidos depois que infecções pelo coronavírus irromperam entre os animais. Após seis meses do enterro, feito em áreas militares no oeste do país, as carcaças dos mustelídeos começaram a ressurgir e a se multiplicar na superfície, segundo a NBC News.
Fonte: Reuters/Reprodução
O fenômeno dos “visons zumbis” foi explicado pela emissora como consequência do efeito dos gases que vazam da carne em decomposição dos bichos. Segundo a agência Reuters, uma dessas valas comuns fica perto de um lago e a outra, próxima a uma fonte de água potável, o que levantou entre os residentes locais, preocupações sobre a contaminação da água.
Para evitar um possível desastre, com sérias consequências para os habitantes, o governo dinamarquês decidiu, a partir deste mês, escavar todas as valas comuns de visons. O plano é que os restos mortais desses animais sejam “exumados” e incinerados em 13 usinas de aquecimento, em meados de julho.
Fonte: Andrew Kelly/Reuters/Reprodução
Em maio do ano passado, nos meses iniciais da chegada do novo coronavírus à Europa, cientistas começaram a alertar as autoridades de saúde da Dinamarca sobre cepas mutantes do vírus entre pessoas, cujo vetor seria o vison. Ao mesmo tempo, centenas de fazendas, onde o animal é criado para a indústria de peles, começaram a experimentar surtos de SARS-CoV-2 entre os rebanhos.
Temendo maiores complicações no que já se avizinhava como uma das maiorias tragédias de saúde pública de todos os tempos, as autoridades dinamarquesas determinaram o abate de todos os visons criados no país, não apenas nas 289 fazendas afetadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desenterrando os corpos (Fonte: Mikkel Berg Pedersen/Ritzau/AP/Reprodução)
A maior parte dos 17 milhões de visons eliminados foi queimada em incineradores de lixo, mas a limitação dos equipamentos fez com que cerca de quatro milhões de cadáveres, o equivalente a 13 milhões de toneladas, fossem enterrados em áreas das Defesas da Dinamarca.
A ordem da morte dos visons em novembro de 2020 causou a renúncia do ministro da Agricultura da Dinamarca, após o governo admitir que não havia base legal para a execução de animais saudáveis. O novo ministro, Rasmus Prehn, acompanhou o início da escavação dos corpos na quinta-feira (20), experiência que classificou como "constrangedora".