Saúde/bem-estar
25/07/2021 às 06:00•2 min de leitura
Semelhante à vista aérea noturna de uma cidade futurista, uma imagem capturada por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos, vem chamando a atenção da comunidade acadêmica por apresentar, de forma exuberante, a seção transversal de um ouriço-do-mar. Com efeitos de mosaicos caleidoscópicos, a foto chama a atenção por sua diversidade de cores luminescentes e pela atmosfera extraterrestre, acompanhando a rede neural e outras estruturas do animal.
A imagem foi criada graças a um método conhecido como imunofluorescência, que permite aos pesquisadores destacar moléculas com corantes de luminosidade e diferenciá-las funcional e fisicamente. Dessa forma, é possível acompanhar a teia de nervos e fibras por todo o interior do animal, colaborando com conclusões importantes sobre o desenvolvimento de indivíduos e espécies, e sobre o impacto dos ecossistemas na evolução.
(Fonte: Olympus Lifescience /Reprodução)
O procedimento foi apresentado em um curto vídeo, em que é possível observar as fibras musculares (em ciano, ou azul brilhante) e os nervos (em amarelo). O projeto, que busca entender como e por que os equinodermos evoluíram suas características anatômicas distintas em planos de simetria pentarradial, que inclui cinco peças semelhantes dispostas em torno de um eixo central e um sistema nervoso com um anel central que vai de baixo para o topo do corpo.
"Os equinodermos — ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, pepinos-do-mar, estrelas-frágeis e lírios-marinhos — são animais fascinantes porque, embora estejam evolutivamente muito perto de nós, não poderiam parecer mais diferentes", diz o biólogo de desenvolvimento Laurent Formery, principal autor do projeto. "Até então não entendemos como o sistema nervoso desses animais está conectado e como ele está funcionando. Ainda é debatido se eles têm um sistema nervoso central, como nós, ou se seu sistema nervoso é apenas a soma de suas partes, mas sem um controle centralizado."
O ouriço roxo utilizado para a pesquisa foi criado em laboratório, mas é prole de ouriços-do-mar adultos coletados da baía de Villefranche-sur-Mer, na Riviera Francesa, mais precisamente da espécie Paracentrotus lividus. O animal se destaca por caber na cabeça de um parafuso, ao mesmo tempo que tem espinhos dolorosos que facilmente gerariam infecções em quem o tocasse.
Esses grupos de seres vivos continuam sendo um dos preferidos de estudiosos, já que têm grande disponibilidade de informações na comunidade científica, e novamente estão sendo observados para determinar o grau evolutivo de semelhança com outros animais.