Dragão-azul: rara aparição de molusco canibal chama a atenção em SP

09/09/2021 às 09:002 min de leitura

Banhistas em Bertioga, no litoral de São Paulo, flagraram nesta quarta-feira (8) a rara aparição de um dragão-azul (Glaucus atlanticus) na região. Segundo relatos, o molusco, que dificilmente é visto em praias tropicais, estava encalhado em uma faixa de areia e chegou até mesmo a ser confundido com um pedaço de plástico.

O animal foi reconhecido pela arquiteta Dalma Mesquita Ferreira. A mulher realizava uma caminhada pelo local para retirar lixo e, nesse momento, um pequeno item azul chamou a atenção dela, destacando-se por apresentar uma certa fluidez, além de brilho particular e um formato que não é muito comum de ser visto por quem frequenta as porções marítimas nas proximidades da Linha do Equador.

(Fonte: Dalma Mesquita Ferreira - G1 / Reprodução)(Fonte: Dalma Mesquita Ferreira - G1 / Reprodução)

“Quando cheguei perto e vi que aquilo se mexia, a minha primeira reação foi verificar se a onda estava chegando para levar embora”, explicou a arquiteta, em entrevista ao G1, que descobriu o que era a espécie apenas após enviar a foto do animal para seu filho. “Eu nunca tinha visto nem na televisão, só na literatura mesmo. A espécie pode ser conhecida, mas ela estava ali na minha frente. Para resumir, é emocionante se deparar com um serzinho desses".

(Fonte: Dalma Mesquita Ferreira - G1 / Reprodução)(Fonte: Dalma Mesquita Ferreira - G1 / Reprodução)

De acordo com especialistas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), o dragão-azul deve ter encalhado devido à força das correntes marítimas e à ventania, visto que o mar no litoral paulista estava de ressaca — ondas com movimentos anormais na rebentação, impactados por bruscas e agressivas mudanças no tempo — neste início de setembro. Esse fenômeno, então, teria-se aliado à baixa mobilidade, à fragilidade do indivíduo e à incapacidade de realizar nado ativo.

O molusco comedor de caravelas

Apesar de ser encontrado em mares tropicais como os do Brasil, da Austrália e de países do continente africano, o dragão-azul é raramente visto, seja por causa de suas pequenas dimensões (que atingem de 3 a 4 centímetros de comprimento), seja devido à sua coloração "camuflável" — que se confunde com as ondas do oceano. Outra particularidade interessante da espécie é que, além de ser a única conhecida do gênero Glaucus, é caracterizada por ter hábitos canibais intraespecíficos.

Esse comportamento é possível graças à imunidade ao veneno que o G. atlanticus detém. Com isso, esse molusco é capaz de consumir animais maiores inteiros, como caravelas portuguesas, e escolher qual toxina da sua presa irá usar como mecanismo de defesa, recolhendo o material em seguida e armazenando em sacos especializados. Por isso, recomenda-se não tocar no dragão-azul, pois apesar de ele não ser venenoso, pode queimar ao entrar em contato com a pele.

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