Ciência
30/09/2021 às 09:30•2 min de leitura
Uma notícia triste para os amantes da natureza e dos desenhos animados foi dada pelas autoridades da vida selvagem dos Estados Unidos nesta quarta-feira (29): o pica-pau-bico-de-marfim, espécie que inspirou o desenho Pica-Pau (1950), deve ser declarado extinto nos próximos meses.
Na lista divulgada, estão outras 22 espécies de pássaros, peixes, mexilhões e animais selvagens. Em declaração, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA lamentou o fato de leis para a proteção de espécies ameaçadas em território norte-americano terem demorado para vigorar.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em entrevista ao jornal The New York Times, Bridget Fahey, supervisora de classificação de espécies do Serviço de Pesca e Vida Selvagem, comentou: "Cada uma dessas 23 espécies representa uma perda permanente da herança natural de nossa nação e da biodiversidade global".
Para Fahey, a extinção desses animais serve como um triste lembrete de como as ações humanas têm provocado mudanças ambientais. Em 1973, os EUA aprovaram a Lei de Espécies Ameaçadas para tentar reverter o cenário no país; desde então, 54 espécies teriam tido a população recuperada e sido removidas da lista de ameaçadas.
Outras 48 espécies melhoraram o suficiente para deixarem de ser consideradas ameaçadas de extinção e 11 tinham sido declaradas extintas no país. De acordo com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem, cerca de 3 bilhões de pássaros morreram na América do Norte desde 1970 por conta de mudanças climáticas e alterações nos habitats das espécies.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Não foram todas as pessoas que concordaram com a decisão de considerar o pica-pau-bico-de-marfim extinto. Segundo a American Bird Conservancy, a espécie nunca foi considerada uma ave comum e apenas prosperava em grandes pântanos no sul dos EUA.
O último aparecimento confirmado desse tipo de pica-pau foi em 1940, no estado da Louisiana, porém existem relatos e vídeos granulados do pássaro no início dos anos 2000 que ainda não foram confirmados, segundo John Fitzpatrick, diretor emérito do Laboratório Cornell de Ornitologia, em entrevista à CNN.
“Na minha opinião, é prematuro declarar a ave oficialmente extinta por parte do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA porque ela ainda pode existir”, afirmou o pesquisador. Na visão de Fitzpatrick, são necessárias evidências sólidas de que um animal não existe mais para que seja considerado extinto, por isso ele e outros ornitólogos farão uma petição à agência de vida selvagem para retirar a ave da lista.