Esqueleto romano desenterrado é prova rara de pessoa crucificada

13/12/2021 às 06:302 min de leitura

Um grupo de arqueólogos que realiza estudos na região de Cambridgeshire, condado que fica no leste da Inglaterra, encontrou um esqueleto extremamente raro e bem preservado que estava em um cemitério de origem romana.

A ossada em questão é interessante por si só, mas uma característica que não foi notada de imediato é o que mais chama atenção: um prego preso ao calcanhar, o que indica que ele provavelmente foi crucificado como forma de punição por alguma atitude passada.

O osso do calcanhar com o prego fixado: dificilmente foi um acidente.O osso do calcanhar com o prego fixado: dificilmente foi um acidente.

O cemitério foi descoberto em 2017 e fica no que é conhecido como Via Devana, uma estrada que liga duas localidades habitadas pelos romanos entre os séculos III e IV d.C. 

Quem foi a vítima?

Já identificado como homem por um teste de DNA, a vítima em questão tinha entre 25 e 35 anos e saúde bucal precária, além de algumas fraturas ósseas e diversos sinais de infecção ou inflamação nos membros.

Isso indica que ele era um provável trabalhador braçal na região ou até mesmo um prisioneiro que passou parte da vida algemado ou amarrado, o que também reforça a tese de que ele foi crucificado.

O cemitério pertencia a uma vila próxima de uma estrada romana.O cemitério pertencia a uma vila próxima de uma estrada romana.

O material coletado ainda será analisado mais de perto, mas essa pode ser uma descoberta inédita na região: há apenas quatro esqueletos bem preservados que são uma prova física da prática da crucificação, nenhum deles no território onde hoje fica o Reino Unido.

Evidências raras

Segundo a análise prévia do material, o prego provavelmente foi posicionado não para fixar a vítima, mas para impedir que ela utilizasse os pés para encontrar uma posição mais confortável na cruz.

Apesar de conhecidamente comum no Império Romano, a forma de punição é pouco encontrada em escavações por diversos motivos — o uso de pregos nos pés não era tão comum quanto nas mãos, os objetos eram removidos antes do sepultamento para serem reutilizados e os enterros desses corpos não eram realizados em cemitérios convencionais.

As escavações acontecem desde 2017, mas só agora alguns esqueletos foram melhor estudados.As escavações acontecem desde 2017, mas só agora alguns esqueletos foram mais bem estudados.

Há ainda uma hipótese de que o prego possa ter sido um acidente, mas ela é bem menos provável: outros objetos perfurantes foram encontrados nas proximidades e um segundo ferimento próximo ao calcanhar também foi identificado, o que pode indicar uma tentativa malsucedida de fixá-lo na primeira tentativa.

Além dos esqueletos, a maioria de adultos e quase sem relação familiar entre si, os arqueólogos encontraram evidências de criação de gado e vários objetos de porcelana. 

Brasões romanos e vasos foram encontrados próximos ao cemitério.Brasões romanos e vasos foram encontrados próximos ao cemitério.

A Albion Archaeology, responsável pela escavação, vai estudar com mais detalhes o esqueleto para tentar identificar exatamente o que aconteceu.

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