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10/02/2022 às 06:41•2 min de leitura
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Penn State University (Estados Unidos) detectaram incontáveis toneladas de diamantes localizados a dezenas de quilômetros de profundidade na Terra.
Segundo os autores do projeto, o número de gemas brilhantes que se escondem na porção superior do manto é muito maior do que se imaginava, e rochas com todo tipo de raridade, formadas há milhões de anos, são constantemente afetadas pela rigidez, temperatura, densidade e composição geológica do planeta.
Naturalmente, os diamantes se formam no subterrâneo de crátons, massas rochosas antigas conhecidas como núcleos arqueozoicos, em locais de impacto de meteoritos e por meio da erupção de vulcões com raízes profundas.
Abaixo de inúmeras camadas de rochas e materiais geológicos, essas pedras brilhantes se escondem e formam todo tipo de coloração ao mesmo tempo que abrigam qualquer tipo de material no interior de suas estruturas cristalinas. Essas gemas, porém, são invisíveis a olho nu e exigem o uso de ondas sonoras para serem identificadas.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
Utilizando as ferramentas de captação de ondas sísmicas, os pesquisadores reuniram dados de diferentes modelos que simulam o ruído tridimensional das ondas que se movem pela Terra. Considerando a composição, flutuabilidade e eletromagnetismo, eles ajustaram as velocidades exatas das ondas baseando-se nos materiais que elas são formadas.
Foi então que os resultados revelaram a existência de cerca de 1 quadrilhão — 1 e 15 zeros — de toneladas de diamantes localizado na camada da Terra conhecida como "manto frio" (que vai de 30 km até 2,9 mil km de profundidade).
De acordo com os pesquisadores, as pedras brilhantes estavam acelerando consideravelmente a atividade sísmica dos crátons, atuando em cerca de 2% das raízes, misturando-se com dióxido de carbono e minerais ricos em carbono, como grafite e calcita.
"Isso mostra que o diamante talvez não seja esse mineral exótico, pois na escala [geológica] das coisas, é relativamente comum", disse o cientista do MIT Ulrich Faul, líder do projeto. "Não podemos alcançá-los, mas ainda assim há muito mais diamantes lá do que pensávamos antes", ele afirmou.
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Em 2018, o geólogo Evan Smith, do Instituto Gemológico Norte-Americano, anunciou que os diamantes azuis tendem a nascer abaixo da concentração de cristais e podem surgir em regiões até 4 vezes maiores, na porção central do manto terrestre. A dificuldade de capturá-los, então, seria um dos principais fatores para encarecer o mineral no mercado de joias, consequentemente dificultando o acesso para pesquisas científicas.
(Fonte: Wikipedia / Reprodução)
Até o momento, pouco menos de 50 diamantes foram analisados, tendo suas origens estimadas em locais entre 410 km e 660 km de profundidade. Porém, outras amostras indicaram propriedades de níveis ainda mais inferiores do planeta, gerando um mistério sobre o que essas pedras poderiam estar encapsulando em projeções mais fundas.
Atualmente, a hipótese que se sustenta afirma que materiais deslizam, via subducção e eventos tectônicos, para o manto e penetram nas camadas superficiais das gemas ao serem incorporados em minerais ricos em água, como é o caso do boro.
Em um futuro distante, visto que humanos nunca conseguiram cavar mais de 12 quilômetros de profundidade na Terra, haverá condições para alcançar essa impressionante riqueza mineral? O autor do estudo, Joshua Garber, também pesquisador de pós-doutorado na Penn State University, indica ser improvável em "escalas humanas", mas não descarta a continuidade dos estudos para descobrir o que o fundo do planeta esconde.