Ciência
20/02/2022 às 07:00•2 min de leitura
Em algumas cidades dos Estados Unidos, a Waymo (empresa ligada ao Google) já está oferecendo serviços de táxi autônomo: eles são chamados por um aplicativo e chegam vazios à casa do passageiro. A pessoa pode se sentar em qualquer lugar — até mesmo no banco do motorista, já que não há nenhum. Quem recepciona o usuário é um robô, que fala pelo sistema de som do carro.
Isso já existe, porém, se trata de uma novidade que ainda está em teste em poucos lugares do mundo. A maioria de nós ainda precisa de um motorista humano ou dirige nosso próprio veículo. Isso leva à pergunta: quando essa tecnologia dos veículos autônomos vai estar realmente disponível para o grande público.
A resposta curta é: vai demorar. Para entender o porquê, continue a leitura.
(Fonte: Getty Images)
Um dos principais objetivos dos carros autônomos é aumentar a segurança no trânsito: eles serão programados para andar da maneira mais calma possível, respeitando todas as regras. Mesmo assim, não dá para garantir que os motoristas humanos no caminho vão fazer a mesma coisa, né?
Portanto, programar um carro autônomo vai muito além de acelerar, frear e virar as rodas para fazer curvas. A inteligência artificial precisa saber como agir — e agir rápido! — em várias situações complexas. Um carro fechando a passagem do nada, pedestres que atravessam a rua sem olhar, gente furando o sinal... E por aí vai!
Nos próximos anos, o maior desafio de empresas que desenvolvem carros autônomos é compreender essas possibilidades e programar suas inteligências artificiais para lidar com elas. Antes disso, simplesmente não vai ser possível largar o volante e deixar que um robô dirija pela gente.
(Fonte: Tesla/Reprodução)
Mas essa questão da inteligência artificial é só o começo: os carros autônomos deixam uma série de outros questionamentos: as ruas e as sinalizações estão adequadas para que os robôs consigam processá-las? Há internet de alta velocidade (5G) para que as inteligências artificiais se comuniquem bem? Como ficam os seguradoras, que levam em conta o perfil do motorista, nos seus cálculos? E se houver acidentes, de quem é a responsabilidade?
Essas perguntas precisam ser respondidas para atualizar a legislação sobre carros autônomos. Atualmente, os serviços como a Waymo precisam de autorização especial para fazer seus testes. Você ainda não pode comprar um carro autônomo e andar nele sem estar no banco do motorista. Mesmo em carros que possuem sistemas de automatização, como os da Tesla, você deve ficar com as mãos no volante. Se você tira, o carro exibe alertas.
A real é que termos um carro autônomo nas nossas garagens não é a prioridade desses projetos — a maioria deles, como a Waymo, é pensada como serviço. Então, é mais provável que você venda seu carro para usar um táxi robô, e não que tenha seu próprio veículo para andar no banco do carona. Até porque eles serão bem caros, né?
(Fonte: Shutterstock)
Dito isso, nem mesmo os táxis robô devem se popularizar no curto ou médio prazo. As primeiras aplicações em grande escala serão em ambientes controlados, como ônibus internos de aeroporto ou veículos de entrega. Outra questão importante é a utilização de veículos sem motorista em situações de risco, como minas, usinas nucleares, zonas militares e transportes rodoviários.
Então, quando é que a gente poderá ser conduzido por uma inteligência artificial, sem se importar com o trânsito? Bem... Especialistas ouvidos pela rede britânica BBC dizem que só depois de 2030. Ainda vale a pena tirar carteira de motorista.