Artes/cultura
19/04/2022 às 12:00•2 min de leitura
O que leva uma pessoa a fazer algo cruel? Por que algumas pessoas têm fobias? Por que sonhamos com situações que não têm nenhuma relação aparente com a realidade? Essas questões intrigam psicólogos, psiquiatras e neurologistas até hoje.
Contudo, os estudos de um homem chamado Sigmund Freud deram pistas sobre esses assuntos. Mais do que isso, Freud mudou para sempre a forma como os pesquisadores enxergam a interação das pessoas com a sua própria mente ao apresentar ao mundo o conceito de “inconsciência”.
Fonte: Shutterstock
Explicar esse conceito pode ser algo complicado, então, é preciso que usemos a imaginação, ok? A mente consciente seria a parte com a qual o indivíduo consegue interagir. Tudo o que você pensa, fala, lê e ouve faria parte dessa mente.
Abaixo dela, teríamos a mente “pré-consciente”. Essa mente contém pensamentos que não fazem parte da consciência da pessoa, mas que podem ser acessados e se tornar conscientes por diversas razões.
Já a mente inconsciente retém os pensamentos reprimidos. Aqueles pensamentos e impulsos que o indivíduo considera impróprios para o convívio em sociedade ou que lhe trazem muita dor, como a lembrança de uma violência. Para Freud, a maior parte das nossas memórias está nessa camada da mente.
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A mente inconsciente influencia nossos hábitos de muitas maneiras. A mais óbvia delas são os traumas. Imagine uma criança que foi atacada por um cão na infância. Ainda que tenha pouca idade, sua mente registrará o ataque. A questão é que lembrar conscientemente do medo, da dor, do cheiro do cão trariam muito sofrimento à criança. Logo, a mente armazena o ataque como uma memória inconsciente.
Agora, quando adulto, esse indivíduo tem crises de pânico ao ver cenas de violência, com sangue, em filmes ou séries. Para não lidar com essas situações tão desagradáveis, ele poderia evitar para sempre as cenas ou procurar ajuda para superar o trauma do ataque canino que sofreu na infância — e do qual ele nem se lembra.
É claro que esse exemplo tem como objetivo ilustrar o conceito de inconsciência, mas ele vai muito além dos traumas. A comunicação, por meio da publicidade e do marketing, usa muito essa ideia para se comunicar com as massas.
Quando uma loja vende roupas íntimas, ela usa imagens de pessoas sensuais, pois sabe que a maioria das pessoas reprime a própria sexualidade. Contudo, intimamente, elas querem despertar desejo nos outros, embora não admitam isso publicamente e nem para si.
Embora não exista um lugar específico no cérebro que possa ser identificado como “inconsciente”, os estudos sobre memória, traumas e linguagens mostram que a terapia pela palavra pode alterar comportamentos humanos, trazendo melhora à vida de pessoas que lidaram com situações difíceis. Falar sobre um problema, buscando trazer uma memória do inconsciente à mente consciente é um dos objetivos da psicanálise freudiana.
Para a biologia, alguns comportamentos inconscientes são frutos da evolução, como temer uma pessoa cuja aparência lembre a de um inimigo.