Peso somado dos humanos é menor que o de todas as bactérias na Terra

13/09/2022 às 08:002 min de leitura

Cientistas da Universidade Rutgers em Nova Jérsei, Estados Unidos, classificaram as principais formas de vida existentes no planeta Terra considerando seu peso total. Um novo estudo, publicado recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), determinou que o ser humano possui uma das menores massas somadas no globo, superado pelo grupo das bactérias em quase 1.166 vezes.

Os dados tiveram como base a unidade de medida de gigatoneladas de carbono (GtC), considerado o elemento base da vida no planeta. Atualmente, essa atribuição, onde uma gigatonelada equivale a um bilhão de toneladas métricas, está relacionada a uma estimativa de um total de quase 550 em todo o mundo, abrangendo termos praticamente incontáveis e todos os reinos conhecidos pela humanidade, incluindo protistas, moneras, fungos, bactérias, plantas e animais.

Segundo a "torre da vida" montada pelos pesquisadores, as plantas são os seres que mais ocupam a superfície terrestre. No total, esse grupo equivale a 450 GtC, superando o peso total das bactérias em quase seis vezes — 70 GtC. Enquanto isso, fungos, moneras e protistas vêm logo em seguida, marcando, respectivamente, um agregado de 12 GtC, 7 GtC e 4 GtC em suas massas totais. Confira abaixo a pirâmide:

(Fonte: Vox / Reprodução)(Fonte: Vox / Reprodução)

(Fonte: Vox / Reprodução)(Fonte: Vox / Reprodução)

O gráfico das plantas também esconde uma pequena surpresa em seu topo. Com apenas 2 gigatoneladas de carbono, os animais dominam uma fatia quase insignificante do planeta. Desse valor, chama atenção a porção detida pelos humanos, que não ultrapassa uma marca curiosa de 0,06 GtC. Assim, todas as pessoas somadas ficam à frente apenas de indivíduos dos grupos dos nematelmintos (0,02 GtC), mamíferos selvagens (0,007 GtC) e pássaros selvagens (0,002 GtC). Veja:

(Fonte: Vox / Reprodução)(Fonte: Vox / Reprodução)

Historicamente falando, o que esses gráficos querem dizer?

Para chegar a essas conclusões, os cientistas passaram três anos calculando a biomassa de todos os seres vivos e inserindo informações atualizadas a partir das novas dinâmicas ambientais. Inicialmente, foi pretendido apenas o cálculo das diferentes quantidades de proteínas na Terra, mas como foi necessário entender o peso total dos indivíduos para chegar aos resultados desejados, a equipe preferiu manter a pesquisa da forma como foi entregue.

Outro detalhe fica por conta do significado dos gráficos. Os pesquisadores comentam não haver estimativas perfeitas ou ideais apresentadas e é impossível — ao menos por enquanto — mostrar o que desapareceu no planeta desde o domínio funcional da raça humana. Curiosamente, apesar de possuir uma das menores massas relativas, o impacto do homem segue comprometendo todos os ecossistemas, afetando especialmente a distribuição de raças selvagens.

Os palpites sugerem que a massa de mamíferos selvagens perdeu, em sua totalidade, sete vezes do que tinha antes do estabelecimento humano. Da mesma forma, mamíferos marinhos, como as baleias, reduziram em quatro quintos de peso após a popularização da caça predatória. As plantas também sofreram e perderam aproximadamente o dobro de sua cobertura inicial depois da formalização da agricultura e elevação das grandes cidades.

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