Nova espécie de coruja é descoberta, mas já pode estar em perigo

01/12/2022 às 10:002 min de leitura

Um grupo de pesquisadores identificou uma nova espécie de coruja no arquipélago africano da República Democrática de São Tomé e Príncipe. O animal foi registrado pela primeira vez em 2016, mas acredita-se que sua existência é conhecida desde 1928.

Depois de alguns estudos mais aprofundados, a equipe verificou que havia diferenças o suficiente para considerá-la uma nova espécie. Porém, mesmo recém-descoberto, o animal pode ser classificado como “criticamente em perigo” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

A nova espécie

Detalhes da nova espécie de coruja. (Fonte: ZooKeys)Detalhes da nova espécie de coruja. (Fonte: ZooKeys)

Existem diversos itens que precisam ser considerados, antes de sugerir uma nova espécie de ser vivo. Muitas vezes, animais que são fisicamente muito diferentes podem ser geneticamente o mesmo e vice-versa. Por isso, é relativamente comum que novas espécies sejam sugeridas no meio científico.

Foi isso que aconteceu com um grupo de corujas encontradas na Ilha de Príncipe, na República Democrática de São Tomé e Príncipe. O animal, que já era conhecido na região, pertence a um grupo grande e bastante diverso de corujas, conhecido como Otus. Porém, com um estudo que considerou a morfologia, cor e padrão da plumagem, vocalizações e genética, foi possível classificar que se tratava de fato uma nova espécie. 

Otus é o nome genérico dado a um grupo de pequenas corujas, comumente chamadas de corujas-do-mato. Elas são encontradas na Eurásia e na África, e o grupo possui espécies bastante conhecidas.

Uma das características que ajudou a equipe a reconhecer a espécie como única foi a sua vocalização. Essas corujas emitem um piado curto e repetido, em um ritmo rápido de cerca de uma nota por segundo. É um ruído bastante semelhante ao de alguns insetos e ele costuma ser emitido em duetos, principalmente após o anoitecer.

Dando nome às corujas

Ceciliano do Bom Jesus, o Bikegila. (Fonte: Martim Melo)Ceciliano do Bom Jesus, o Bikegila. (Fonte: Martim Melo)

Após se identificada, o animal recebeu o nome científico Otus bikegila. Ele homenageia o guarda do Parque Natural do Obô, Ceciliano do Bom Jesus, cujo apelido é Bikegila. Os pesquisadores afirmaram que sem a contribuição do guarda, a descoberta não teria sido possível. O nome popular da coruja é mocho-do-príncipe.

Esta é a oitava espécie conhecida de ave endêmica na Ilhe de Príncipe. Por se tratar de uma ilha de apenas 139 km², há uma preocupação especial na conservação do local — o mesmo vale para as ilhas vizinhas de São Tomé e Ano-Bom, está última pertencente à Guiné Equatorial.

A equipe também realizou um levantamento em toda a Ilha de Príncipe para determinar a distribuição e dimensão populacional da nova espécie. Eles descobriram que os animais são encontrados apenas na parte desabitada do sul da ilha, ocupando uma área de cerca de 15 km².

Por se tratar de uma extensão muito pequena e ser o único local do mundo onde a espécie é encontrada, a equipe sugeriu que a espécie seja classificada como “criticamente em perigo” —o nível de ameaça mais alto da IUCN. A organização ainda está avaliando esta recomendação.

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