Mistérios
13/12/2022 às 06:30•2 min de leitura
Pode-se dizer seguramente que o sexo biológico humano é definido há milhares de anos pelos chamados cromossomos X e Y. No caso das mulheres, elas nascem com dois cromossomos X (XX), enquanto os homens têm um cromossomo X e um Y (XY).
A grande questão é que algo no futuro pode estar mudando, pois os cromossomos Y estão desaparecendo gradualmente. Aliás, estudos recentes e outros feitos nos últimos anos apontam que isso está ocorrendo com várias espécies de mamíferos.
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Em termos gerais, é fácil entender a posição do Y quando consideramos a evolução humana. Houve um tempo em que os cromossomos X e Y constituíam apenas um único par comum. Então, em algum ponto, um gene variante denominado SRY, que determina a masculinidade, apareceu na história.
Outros genes importantes para os machos se acumularam e, com o objetivo de garantir que o “pacote de genes” masculino permanecesse intacto, o Y parou de fazer troca de “dados” com o cromossomo X.
Em outras palavras, ele entrou em uma rotina cíclica deixando de conseguir se reparar. Levando-se em consideração a rápida degeneração, as diversas deleções e mutações, esse cromossomo chegou ao estado atual. Mas seria possível viver sem o cromossomo Y?
(Fonte: brgfx/ Freepik/ Reprodução)
De um lado, os cientistas se preocupam com o que pode acontecer com os seres humanos. Afinal, do jeito que as coisas estão, muito provavelmente, seremos a próxima espécie a perder o cromossomo Y.
Porém, a comunidade científica global já fez descobertas curiosas nesse sentido. Por exemplo, a existência de mamíferos que conseguem determinar seus sexos mesmos após a perda dos cromossomos Y. Na realidade, estamos falando de duas espécies de roedores.
Uma é uma ratazana da Europa Oriental e a outra, os ratos-espinhosos do Japão. Ambos os animais não contam mais com o cromossomo Y há milhares de anos, visto que ele desapareceu por completo como um resultado natural do processo de evolução.
No caso dos ratos-espinhosos, por exemplo, eles podem produzir filhotes tanto machos quanto fêmeas sem nenhum problema graças a uma alteração que sofreram no chamado cromossomo 3.
É claro que os cientistas continuam usando esses animais para entender melhor como tudo aconteceu e quais as possíveis consequências para o caso dos seres humanos. No entanto, apesar de todos os esforços, ainda muito pouca coisa foi descoberta.
(Fonte: Michelangelo Buonarroti/ Pexels/ Reprodução)
Se, por acaso, o homem perder mesmo o cromossomo Y, boa parte dos cientistas acredita que a natureza encontrará uma forma de lidar com a situação. Isto é, garantindo a sobrevivência do homem quando chegar a hora.
Ainda são necessários mais estudos para entender a degeneração do cromossomo Y, bem como o desenvolvimento de técnicas para o monitoramento das taxas de perda desse cromossomo.
Mas já dá para adiantar algumas possíveis teorias sobre o futuro. Por exemplo, a reprodução humana e também de alguns outros mamíferos poderia passar a ser feita por meio de modalidades avançadas artificiais, pois daqui a alguns milhões de anos, quando o cromossomo Y deixar de existir nos homens, a reprodução dificilmente seria algo natural.
Por outro lado, alguns estudiosos do tema apostam na ideia de que os humanos conseguiriam desenvolver um novo gene com atuação específica e definidora do sexo. O problema é que isso vem com riscos, especialmente levando a separações de espécies, a exemplo do que ocorreu entre os ratos-espinhosos e as ratazanas-toupeiras.
Nós não estaremos por aqui. Mas quem passar pela Terra daqui a uns 10 ou 11 milhões de anos poderá não encontrar nenhum “humano”. Ou, encontrar várias espécies de humanos que se desenvolveram e se separaram baseadas em seus sistemas de determinação de sexo distintos.