Fotos de satélite revelam colônia de pinguins desconhecida

24/01/2023 às 06:302 min de leitura

Uma colônia de pinguins-imperador foi registrada pela primeira vez, graças a imagens de satélite. A descoberta foi feita ao se verificar uma mancha no gelo, formada pelo guano — ou fezes — dos animais.

A estimativa é que a colônia conte com cerca de 1 mil aves adultas e mais alguns vários filhotes. Embora este seja considerado um número relativamente pequeno para um local de reprodução de pinguim-imperador, a colônia foi considerada um acréscimo importante para se entender melhor a espécie.

O cientista geoespacial da British Antarctic Survey (BAS), Peter Fretwell, foi quem descobriu a colônia em dezembro. Ele decidiu aguardar para que o anúncio pudesse coincidir com o Dia da Conscientização dos Pinguins, que aconteceu no último dia 20.

Reconhecimento por satélite

Acima: imagem com uma coloração marrom, referente ao guano. Abaixo: imagem de alta resolução que confirmou a presença da colônia. (Fonte: Live Science)Acima: imagem com uma coloração marrom, referente ao guano. Abaixo: imagem de alta resolução que confirmou a presença da colônia. (Fonte: Live Science)

Segundo Fretwell, a descoberta aconteceu por acaso. Ele estava observando a perda de gelo marinho em fotografias de satélites da Agência Espacial Europeia, quando percebeu a coloração estranha. "Eu pude ver o que parecia ser uma pequena mancha marrom no gelo", disse ele.

O guano dos pinguins-imperador se acumula com o tempo no gelo e na neve, formando uma mancha amarronzada. Essa mancha costuma ser mais fácil de visualizar de longe do que os próprios pinguins.

Para poder ter uma confirmação, Fretwell olhou algumas fotografias de alta resolução da mesma área tiradas em outubro. Elas foram registradas por outro satélite, que consegue registrar imagens de objetos de até 30 centímetros de diâmetro. Nessas imagens, os pinguins aparecem como pequenos pontos. Foi através dela que foi possível confirmar a presença da colônia de reprodução e estimar a sua população.

Aves escondidas na Antártica

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

A maioria das colônias de reprodução dos pinguins-imperador costumam ser remotas. Isso faz com que seja muito difícil localizá-las e estudá-las. Essas aves se reproduzem durante os meses frios de inverno. Em alguns casos, as colônias são formadas a mais de 50 quilômetros do oceano, onde a temperatura pode ficar abaixo dos 60 °C.

Para conseguir mapear melhor essas áreas, cientistas da BAS têm analisado fotos de satélite há 15 anos. Eles acreditam que possa haver 20% a mais de pinguins-imperador na Antártica do que o estimado anteriormente.

Esses dados são importantes, porque essas aves se reproduzem exclusivamente em gelo marinho compactado. Isso faz com que a espécie se torne bastante vulnerável ao aquecimento global. Devido a essa ameaça da mudança climática, os pinguins-imperador estão listados como uma espécie ameaçada, de acordo com a Lei de Espécies Ameaçadas dos EUA.

"No ano passado, tivemos a extensão mínima de gelo marinho na Antártica, e agora está ainda pior, pelo segundo ano consecutivo", disse Fretwell. “Estima-se que provavelmente perderemos um mínimo de 80% das colônias de pinguins-imperador antes do final do século”.

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