Por que o Everest pode não ser a maior montanha do mundo?

11/03/2023 às 10:002 min de leitura

Há cerca de 60 milhões de anos, formou-se a mais alta montanha do mundo, o Monte Everest, fruto do rápido movimento da placa tectônica indiana para o norte, em direção ao continente da Eurásia, causando uma colisão extraordinária que criou uma montanha com mais de 8 mil metros de altura.

Na década de 1920, quando pessoas e entidades governamentais começaram a explorar alguns lugares então não alcançados pelo homem, foi quando o fascínio pelo Everest começou, sobretudo devido o seu desafio. Desde então, estima-se que cerca de 5 mil pessoas já escalaram a montanha, mas só algumas delas conseguiram ir e voltar após atravessarem a região mais alta, chamada de Zona da Morte, onde a temperatura pode atingir até –60 °C e o corpo humano já não consegue absorver oxigênio o suficiente. Não é para menos que existem mais de 300 cadáveres que jamais foram resgatados, encobertos pela neve da montanha.

As décadas trouxeram mais do que aventureiros e um título de montanha mais alta do mundo para o Everest, mas também muita pesquisa e questionamentos: será que a montanha realmente é a mais alta do mundo?

A dúvida surgiu devido às dificuldades na medição da montanha e a mudança constante de seu cume – a quantidade de gelo e neve dificultam a determinação de onde a montanha termina. Mas o Everest nem sempre foi a maior montanha do mundo.

O motivo

(Fonte: Discover Frome/Reprodução)(Fonte: Discover Frome/Reprodução)

Em 1954, o Survey of India determinou que a altura do Monte Everest era de 8.848 metros de altura, porém, em 2020, a agência atualizou os dados com o que chamou de "nova altura oficial" da montanha, adicionando 3 metros.

Segundo o Guinness World Records, é a montanha Mauna Kea, no Havaí, a mais alta do planeta, com seus mais de 10 mil metros de altura. Contudo, ela começa debaixo do oceano Pacífico, onde boa parte de sua extensão está, colocando o Everest em vantagem quando medido com relação ao nível do mar.

(Fonte: Projeto Colabora/Reprodução)(Fonte: Projeto Colabora/Reprodução)

Antes de o Everest ser descoberto, em 1856, a montanha Kangchenjunga, localizada na fronteira entre Índia e Nepal, era considerada a maior do planeta – e hoje ocupa a terceira posição no ranking –, com seus 8.586 metros de altura, perdendo apenas por 259 metros para o Everest. Essa margem tão pequena da montanha e o cume irregular do Everest são o que despertam dúvidas.

Desde o século XVIII que o título de montanha mais alta do mundo faz um tipo de "dança das cadeiras". A famosa montanha Dhaulagiri, com 8.167 metros de altura, perdeu seu posto de maior do mundo para Kangchenjunga que, por sua vez, perdeu para o Everest.

Dança das cadeiras

Monte Chimborazo. (Fonte: The Guardian/Reprodução)Monte Chimborazo. (Fonte: The Guardian/Reprodução)

Engana-se quem imagina que apenas a altura com relação ao solo que conta para classificar uma montanha como a mais alta. Segundo o estudo do Serviço Nacional do Oceano, o Monte Chimborazo, com 6.263 metros a partir do solo, localizado no Equador, se medido desde o centro do planeta, chega a cobrir o Everest em tamanho.

Isso porque a posição do Chimborazo nos Andes o torna mais distante do centro da Terra devido à natureza não esférica do planeta. Essa irregularidade na forma da Terra é conhecida como protuberância centrífuga: uma diferença entre os diâmetros equatorial e polar de um planeta devido à força centrífuga exercida pela rotação de um corpo no próprio eixo, que tende a adquirir uma forma oblata em vez de esférica.

Enquanto isso, o Everest continua crescendo a cada ano, bem como o Himalaia, devido à ação das placas tectônicas continentais atritando umas contra as outras. Estima-se que o Everest cresce a uma taxa de 4 mm por ano, conforme o estudo feito pela Royal Geographical Society.

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