Pesquisadores filmam peixes na maior profundeza já registrada

10/04/2023 às 10:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental (cuja sigla em inglês é UWA) e da Universidade de Tóquio de Ciências Marinhas e Tecnologias fizeram uma descoberta emocionante na costa do Japão, gravando pela primeira vez peixes-caracol nadando a uma profundidade de 8.336 metros, algo quase equivalente à altura do Monte Everest!

Quebrando recordes

Essa conquista foi realizada na região da Fossa Izu-Ogasawara, e se tornou possível por meio de uma câmera autônoma recheada de iscas para atrair os habitantes das profundezas submarinas. Porém, realizar esse feito não foi nada barato, com cada equipamento custando US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão) entre montagem e operação.

(Fonte: Centro de Pesquisa em Mar Profundo Minderoo-UWA/Reprodução)(Fonte: Centro de Pesquisa em Mar Profundo Minderoo-UWA/Reprodução)

“Os desafios são que a tecnologia tem sido cara e os cientistas não têm muito dinheiro”, explicou Alan Jamieson, fundador do Centro de Pesquisa em Mar Profundo da Minderoo-UWA, e também líder dessa expedição.

A descoberta bate o recorde instaurado anteriormente em 2017, quando peixes dessa mesma espécie foram observados na Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, nadando tranquilamente a 8.178 metros de profundidade, 158 metros a menos do que os avistados nas águas japonesas.

“Se esse recorde for quebrado, será apenas por incrementos de minutos, potencialmente por apenas alguns metros”, disse Jamieson.

Além da gravação, a equipe também conseguiu capturar dois peixes-caracol a um pouco mais de 8 mil metros, garantindo mais uma conquista inédita.

Superando as expectativas

(Fonte: Universidade da Austrália Ocidental/Reprodução)(Fonte: Universidade da Austrália Ocidental/Reprodução)

O que torna a descoberta dessa equipe e aquela encontrada na Fossa das Marianas particularmente interessantes é que desafiam suposições anteriores sobre a vida no fundo do mar. 

Antigamente, acreditava-se que a pressão extrema e a falta de luz solar nessas regiões impossibilitavam a sobrevivência de formas complexas. No entanto, a descoberta dessas criaturas resilientes mostrou que a vida pode prosperar mesmo nos ambientes mais extremos.

O próprio peixe-caracol possui um corpo gelatinoso que permite lidar com pressões extremas, e a falta da bexiga natatória, um órgão encontrado em outras criaturas semelhantes para controlar a flutuabilidade, auxiliaria a espécie a atingir tamanha distância.

Apesar dos desafios e dificuldades, Jamieson acredita que o futuro dos estudos das profundezas marítimas é promissor, e que muitos cientistas já estão decifrando mais de seus mistérios do que muitas pessoas imaginam.

“Nós previmos que o peixe mais profundo estaria lá e previmos que seria um peixe-caracol. Fico frustrado quando as pessoas me dizem que não sabemos nada sobre o fundo do mar. Nós sabemos. As coisas estão mudando muito rápido”, explicou o pesquisador.

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