Museu Britânico desvenda mistérios de caixões de animais egípcios

24/04/2023 às 09:002 min de leitura

Apesar de tudo que está relacionado ao Egito Antigo ser tão intrigante, boa parte de seus mistérios ainda não foram totalmente esclarecidos, desafiando pesquisadores a explorar formas de investigar como viviam esses povos antigos e os monumentos e artefatos que ficaram para a posteridade.

Ainda dentro desse universo, pesquisadores do Museu Britânico utilizaram uma nova técnica para explorar seis caixões de cobre egípcios que ficaram selados por mais de 1500 anos. Para isso, utilizaram a tomografia de nêutrons, o que possibilitou visualizar como essas estruturas estavam por dentro.

(Fonte: British Museum/Divulgação)(Fonte: British Museum/Divulgação)

Por não ser invasiva, essa técnica se apresenta como um método complementar à imagem de raio-x e que ao mesmo tempo se mostra bastante útil para explorar materiais orgânicos, ainda que localizados do interior de estruturas mais densas.

Dos seis caixões estudados, alguns estavam originalmente localizados na cidade de Naukratis, que fica no Nilo Ocidental, e em Tell el-Yehudiyeh, na porção oriental do mesmo rio, datando do período entre 600 e 300 a.C. Embora pesquisadores já tenham encontrado muitas dessas estruturas vazias, essa nova investigação rendeu descobertas interessantes.

(Fonte: British Museum/Divulgação)(Fonte: British Museum/Divulgação)

O que a análise de imagem revelou

A técnica adotada permitiu que os pesquisadores visualizassem os caixões cobertos por figuras de lagartos e enguias. Inclusive, foi possível visualizar a representação de uma criatura fantástica que possui corpo de enguia e cabeça humana, sem origem definida, mas associada ao deus solar Atum.

Além disso, a investigação possibilitou a descoberta de que havia corpos de animais dentro de três dos caixões — o que não é uma surpresa, dado que outras espécies, como gatos, cachorros, cobras e até mesmo cavalos também já foram revelados desta forma.

(Fonte: British Museum/Divulgação)(Fonte: British Museum/Divulgação)

Num deles, por exemplo, havia o crânio de uma espécie de lagarto aparentemente intacto. Já em outros dois, foram localizados ossos triturados que parecem ser de lagartos. 

A análise também revelou haver quantidade expressiva de chumbo no interior de três dos caixões de animais, possivelmente usado para conferir equilíbrio ao peso da estrutura. Confira, no vídeo abaixo, como o método foi adotado na prática:


Rituais complexos também eram realizados em animais

O que aumenta a suspeita de que o famoso ritual de mumificação dos povos egípcios também tenha sido usado foi a identificação de pedaços de tecidos, o que pesquisadores acreditam se tratar de algodão ou linho. Este último era um elemento comumente usado nesse tipo de ritual, em específico.

Em se tratando das estruturas analisadas, os caixões de animais, de uma forma geral, apresentam diferentes representações de espécies e também são compostos por materiais variados, como calcário, madeira e liga de cobre. E, naturalmente, também estão dispostos em tamanhos e formatos variados.

Os caixões de animais explicam parte daquilo que ocorria no período do Egito antigo: usados como oferenda ou até mesmo considerados deuses, os animais eram encarados com uma perspectiva bastante particular na civilização egípcia, motivando a adoção desses rituais mais complexos.

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