Ciência
12/05/2023 às 09:00•2 min de leitura
Um cardume de piranhas atacou turistas em um balneário da cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, no feriado do Dia do Trabalhador. De acordo com o site LiveScience, os peixes morderam e rasgaram as pernas de pelo menos oito banhistas com seus dentes afiados, enquanto eles brincavam de jogar vôlei dentro do igarapé.
Assustados, eles saíram imediatamente da água, lavaram os ferimentos e buscaram atendimento médico, procedimento padrão nesse tipo de ocorrência. Falando ao G1, o médico Romes Proença, do Samu, orientou que "a primeira conduta ao ser atacado é sair da água e tentar sinalizar o mais rápido possível o acidente para que outras pessoas não se acidentem".
O médico alertou também que esse tipo de ferimento deve ser lavado apenas com água, e nunca com detergente, mertiolate, pasta de dente ou outros produtos. Basta, segundo ele, comprimir o local atingido com gaze, alguma toalha ou pano limpo para conter sangramentos e ir rapidamente até uma unidade de saúde, para evitar "o risco de tétano e infecção".
Foto tirada no dia anterior ao ataque de piranhas.
De acordo com especialistas, o frenesi de mordidas foi um caso de "erro de identidade". O engenheiro de pesca Daniel Bevilaqua explicou ao G1 que o igarapé Tarumã-Açu possuiu diversos flutuantes com restaurantes que servem comidas. Um pouco antes do ataque, é possível que os visitantes tenham lançado alimentos nas águas, o que acaba atraindo os peixes, deduz o profissional.
"Piranhas não exibem ataques não provocados a humanos", explicou à LiveScience o professor de Biologia de universidade do Kentucky Ocidental, Steve Huskey.
Conforme o biólogo, o que se viu em Manaus foi uma situação na qual as piranhas se acostumaram com comida grátis, e podem ter confundido a presença de banhistas com uma invasão ao seu espaço de alimentação.
Piranhas só atacam seres humanos em circunstâncias excepcionais.
Paulo Andreas Buckup, ictiólogo e professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro esclareceu à publicação novaiorquina que alguns tipos de piranha, como a de barriga vermelha (Pygocentrus nattereri), costumam se envolver nesses frenesis de alimentação coletiva, além de serem "as mais perigosas".
Mas tal comportamento feroz só acontece em casos excepcionais, segundo o site do Sea Life London Aquarium: por exemplo, quando um cardume fica aprisionado em uma pequena piscina de água. "Se ficarem famintas por um longo período, as piranhas são levadas a um comportamento mais agressivo para conseguir uma refeição", diz o verbete.
Conforme Buckup, a maioria das piranhas é inofensiva e mesmo as espécies carnívoras preferem vasculhar o fundo dos rios em busca de animais mortos do que caçar animais vivos. "Algumas espécies da família das piranhas comem apenas frutas, insetos e matéria vegetal", conclui.