Estilo de vida
04/06/2023 às 07:00•2 min de leitura
Os leões são animais muito famosos que diretamente remetem ao continente africano. Mas, você sabia que também existiam leões no território que hoje conhecemos como Estados Unidos?
Pois é. No passado, parte da América do Norte era o habitat de leões que se pareciam muito com os animais que hoje vivem na África. Mas ao contrário de seus primos africanos, esses mamíferos americanos não tiveram tanta sorte ao se adaptarem às mudanças impostas pela natureza.
(Fonte: Sergiodlarosa/Wikimedia Commons)
A Era do Gelo foi um período muito importante para o desenvolvimento dos mamíferos. Durante ele, também conhecido como “Período Pleistoceno”, os animais mais resistentes puderam se espalhar pelo mundo — e esse foi o caso dos leões.
Ainda que tenham surgido no continente africano, diferentes espécies de leões puderam atravessar esse continente, chegando até a Ásia, Europa e América do Norte. Em todos esses continentes, pesquisadores já encontraram fósseis de leões.
Os primeiros leões que chegaram à América vieram pelo “Estreito de Bering”, localizado entre a Rússia e o Alasca, da mesma forma como também vieram os primeiros hominídeos. Segundo pesquisadores, esse Estreito teria congelado durante a última glaciação, permitindo que seres vivos caminhassem por cima da água.
Teria sido assim que os primeiros hominídeos se espalharam por todo o continente americano, assim como outros animais, como mamutes e os leões.
(Fonte: Jonathan Chen/Wikimedia Commons)
Em aparência, os leões dos EUA eram maiores do que os animais que hoje existem na África. Pesquisadores acreditam que o animal poderia chegar a 420 quilos, em comparação aos leões africanos, que chegam a 270 quilos.
“Eles provavelmente seriam capazes de matar qualquer coisa que quisessem – menos um mamute [macho] adulto”, explicou a paleontóloga de vertebrados Julie Meachen, da Universidade Des Moines de Iowa, à revista americana Hakai Magazine.
Nas outras características físicas, o leão americano era semelhante ao africano. É possível concluir isso pela análise de fósseis e também pelas pinturas rupestres que os homens das cavernas fizeram desse animal.
(Fonte: NPS Foundation Document/Wikimedia Commons)
Conforme o período glacial foi se encerrando, a vegetação foi se alterando, assim como a forma que os animais lidavam com ele. Por isso, é provável que muitas espécies de leões já tivessem se espalhado por todo o continente americano. No entanto, como o leão americano se isolou no Norte do continente, ele garantiu características físicas que o tornaram diferente dos demais.
Conforme o gelo descongelava, surgia uma nova vegetação nessa parte do globo: a turfa. Essa vegetação fez cair as opções de comida para os herbívoros, tornando a caça menos acessível aos leões.
Ao mesmo tempo, a população humana passou a crescer, fazendo com que os leões tivessem grandes concorrentes na disputa por carne. Com o passar dos anos, a situação ficou insustentável para esses animais, que entraram em extinção. Um cenário semelhante ocorreu com outras espécies desse período, como tigre-dente-de-sabre e o mamute.