Estudo revela dinossauro brasileiro que 'comia como pelicano'

07/06/2023 às 11:002 min de leitura

Um novo estudo feito por pesquisadores europeus propõe uma descoberta intrigante: um gigante dinossauro predador relacionado aos Spinosaurus, mas que capturava suas presas "como um pelicano" estendendo sua mandíbula inferior. Contudo, o estudo tem incomodado paleontólogos ao redor do mundo pelo fato de, potencialmente, os fósseis terem sido retirados ilegalmente do Brasil.

A espécie no centro da polêmica seria o Irritator chellengeri, um dinossauro bípede e carnívoro com longos focinhos semelhantes aos dos crocodilos. De acordo com os pesquisadores, tal criatura teria comprimento máximo de 6,5 metros e foi descrita pela primeira vez em 1996 a partir de fósseis de 115 milhões de anos descobertos na Bacia do Araripe, no nordeste brasileiro. Entenda mais sobre o caso!

O dinossauro-pelicano

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Após os primeiros fósseis do "dinossauro-pelicano" terem sido achados no Brasil, eles foram enviados para a Alemanha, onde residem até hoje no Museu de História Natural de Stuttgart. Segundo o estudo recente publicado na revista Palaeontologia Electronica, os pesquisadores reconstruíram digitalmente o crânio do espécime alojado em Stuttgart e descobriram mais sobre sua anatomia.

O dinossauro teria uma mandíbula inferior capaz de se espalhar para os lados, alargando a faringe. Isso seria uma habilidade semelhante a dos pelicanos, que conseguem alargar seus bicos inferiores para capturar peixes pequenos. Essa descoberta sugere que o I. challengeri provavelmente se alimentava da mesma forma. 

A nova análise também releva que, devido ao posicionamento dos olhos da espécie, esse dinossauro teria naturalmente inclinado seu focinho em um ângulo de 45 graus e seria capaz de morder rapidamente — mas sem muita força. Quando essas habilidades eram combinadas, o focinho se tornaria adequado para capturar presas em águas rasas e impedi-las de fugir. 

Controvérsia dos fósseis

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Embora o novo estudo seja completamente revolucionário para a paleontologia, a maneira como as informações foram obtidas causou um enorme reboliço no campo científico. Desde que os primeiros fósseis de I. challengeri viajaram do Brasil à Alemanha, a forma como tudo isso aconteceu sempre foi bastante controversa. 

A relíquia histórica foi desenterrada por escavadores comerciais não científicos e vendidos ao museu alemão antes de 1990, quando o Brasil começou a restringir exportações científicas para outros países. Como resultado, os pesquisadores envolvidos no estudo acreditavam que os fósseis pertenciam legalmente à Alemanha.

No entanto, uma lei brasileira mais antiga, datada de 1942, afirma que os fósseis brasileiros são de propriedade federal e jamais poderiam ter sido vendidos. Isso significa que, tecnicamente, os fósseis teriam sido roubados pelos escavadores e exportados ilegalmente.

Em seu artigo, os pesquisadores europeus reconheceram o "status problemático" dos fósseis em uma declaração ética, mas a situação segue indefinida. Embora os pedidos na internet para que os fósseis retornem ao Brasil estejam em evidência, vale ressaltar que tamanha descoberta científica segue sendo extremamente relevante e o resultado final segue sendo extraordinário, independente de quaisquer decisões legais. 

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