4 'mitos científicos' que ainda persistem

Podemos definir mito como qualquer tipo de narrativa, associada a elementos da cultura, que parecem ser verdadeiros, mas não são. E o curioso é que, mesmo na área mais avessa aos mitos - ou seja, a ciência, que lida essencialmente com o que pode ser comprovado - alguns deles ainda permanecem circulando.

Neste texto, compartilhamos 4 "fatos" científicos que as pessoas continuam acreditando, embora sejam completamente falsos.

1. Os perigos de estalar os dedos

(Fonte: GettyImages)

Provavelmente, em algum momento da infância, você foi repreendido por um adulto por estar estalando os dedos. Saiba que muita gente ainda que acredita que essa prática pode causar danos às juntas, como artrite e artrose.

A título de curiosidade, isto foi posto à prova um vez por um médico chamado Donald Unger. Criança, ele ouviu a clássica bronca da mãe para que parasse com isso. Então, quando se tornou adulto, ele inventou um pequeno projeto pessoal: o de estalar duas vezes por dia os dedos da mão esquerda, mas não fazer nada na direita.

Por incrível que pareça, Unger conseguiu tocar esse projeto ao longo de 60 anos. Em 2009, então, ele foi homenageado com o Prêmio IgNobel, por ter provado empiricamente que isso não causa artrite. Contudo, ele descobriu que os estalos podem geram outras consequências, como inchaço nas juntas.

2. Bebidas esportivas melhoram o desempenho físico

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Quando praticamos exercícios físicos, é fundamental manter a hidratação do corpo. Mas até essa constatação pode ser impactada por alguns mitos. Nos anos 70, por exemplo, os atletas eram aconselhados a não tomar líquidos antes das práticas esportivas para não ficarem lentos.

Há umas boas décadas, passou-se a difundir a concepção de que bebidas esportivas, como isotônicos e energéticos, seriam mais recomendáveis que água, porque trariam uma hidratação melhor a quem gasta muita energia. Isto porque o próprio corpo não seria uma fonte confiável para indicar o tamanho de nossa sede.

A verdade é que este mito é uma ideia posta em circulação pelas indústrias para vender mais bebidas. Além disso, esse produto costuma ter uma alta quantidade de açúcar - o que, certamente, não traz benefícios aos esportistas.

3. Não se deve acordar um sonâmbulo

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O sonambulismo é um fenômeno estranho e que pode parecer assustador a algumas pessoas. Por isso mesmo, é até natural que seja cercado de mitos. O mais comum deles é que acordar uma pessoa sonâmbula pode matá-la.

O mito difunde a crença que despertar alguém durante o período da vigília poderia causar ataques cardíacos. Entretanto, os especialistas garantem que milhões de acidentes relacionados ao sonambulismo ocorrem todos os anos, mas nenhuma morte é relatada por conta de um despertar súbito.

Contudo, não está totalmente liberado acordar um sonâmbulo, pois isso pode causar confusão mental e até alguma reação violenta. Sugere-se que se faça isso apenas se a pessoa correr riscos, ou então simplesmente reencaminhá-la suavemente até a cama.

4. Deve-se sempre fazer alongamento antes do exercício

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Muita gente cresceu ouvindo que, antes de começar um treino esportivo, é necessário alongar o corpo para não sofrer lesões. Mas pasme: estudos recentes têm mostrado que esse hábito pode ter o efeito contrário.

Pesquisas na área da educação física têm sugerido que o alongamento pode, por outro lado, prejudicar o desempenho atlético. Ou seja, a prática não teria resultado, pois não tornaria os músculos menos propensos a lesões. E, em alguns casos, pode até piorar as coisas.

Certas descobertas científicas evidenciam que o alongamento de músculos frios e tensos pode aumentar o risco de lesões durante o exercício. Os fisiologistas ainda estão buscando explicações de por que "aquecer" o corpo nem sempre é uma boa estratégia.