Extração de água subterrânea está alterando o eixo da Terra

04/07/2023 às 02:002 min de leitura

As águas subterrâneas são recursos importantes para diversas regiões do planeta. Além de criarem um ecossistema próprio, elas também podem ser uma alternativa viável em locais que já sofrem com a falta de água. Porém, o seu uso excessivo tem causado um problema, cujo impacto já pode ser sentido em todo o planeta. Nos últimos 17 anos, os polos norte e sul da Terra foram deslocados quase 80 centímetros.

Mudança de polo

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

A rotação da Terra possui uma relação direta com a distribuição da sua massa. Quanto mais massa no centro, mais rápido será o movimento do planeta, enquanto mais massa na periferia faz com que ele desacelere. Porém, existe ainda um terceiro cenário que é quando a massa é deslocada para apenas um dos lados. Nesse caso, a inclinação do planeta muda para compensar a variação da massa.

Existem diversos fatores que podem interferir em cada uma dessas variações — seja de velocidade ou de inclinação. Até 2021, cientistas acreditavam que o derretimento das calotas polares eram a principal responsável por mudar a posição dos polos da Terra. Porém, a coisa começou a mudar quando eles começaram a olhar para os dados do Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE).

O GRACE é um projeto que nasceu de uma parceria entre Estados Unidos e Alemanha, e tem como objetivo rastrear a gravidade de pontos do planeta à medida que passa sobre eles. Ele teve início em 2002, mas trabalha com dados obtidos a partir da década de 1980 para criar uma imagem da evolução histórica da rotação planetária.

“O polo rotacional da Terra realmente muda muito”, disse Ki-Weon Seo, da National University, em um comunicado. “Nosso estudo mostra que, entre as causas relacionadas ao clima, a redistribuição das águas subterrâneas realmente tem o maior impacto na deriva do polo rotacional”.

Terra "saindo do eixo"

Seo e sua equipe trabalharam com diversos modelos para tentar entender qual seria o posicionalmente real dos polos com base apenas no derretimento do gelo. Porém, o resultado não batia com os dados obtidos das observações. Foi isso que fez com que eles buscassem por alternativas para obter um resultado mais próxima da realidade.

Ao incluir a extração de águas subterrâneas na equação — eles usaram um número estimado anteriormente de 2.150 gigatoneladas —, o modelo correspondeu à realidade. O mais preocupante é que os cálculos anteriores, que ignoravam a extração dessas águas, indicavam que os polos da Terra estariam apontando 78,5 cm a oeste de onde estão atualmente. O polo norte, por exemplo, está se aproximando da Islândia, em vez do centro da Groenlândia, como era o esperado.

Existe uma série de consequências que essa alteração pode causar, como alterar as estações do ano. Mas, mais perigoso do que isso, o que realmente preocupa os pesquisadores sobre as descobertas é que elas confirmam as suspeitas sobre a taxa em que estamos usando um de nossos recursos mais vitais.

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