Ciência
01/05/2023 às 04:00•2 min de leitura
Com o aumento da temperatura global, muitos problemas se tornam evidentes, como a perda de áreas destinadas ao cultivo de alimentos, a extinção de várias espécies, a recorrência de eventos climáticos extremos, e também o derretimento das calotas polares e geleiras, o que já é perceptível em vários pontos do planeta.
O derretimento do gelo em regiões montanhosas também possibilita a descoberta de uma série de artefatos, destacando tanto a questão envolvendo as mudanças climáticas, quanto volta a atenção para os objetos encontrados, sua história e significados. Confira, agora, algumas das descobertas realizadas nas montanhas de gelo ao redor da Europa:
(Fonte: Secrets Of The Ice/Reprodução)
Parece difícil de imaginar, mas uma sandália que data do século IV a.C. e que contém características que remetem às usadas na Roma Antiga está entre os objetos identificados em 2019 por um alpinista numa região montanhosa que fica localizada na Noruega.
O achado, que passou por um processo de reconstrução pelos pesquisadores, denota que os povos daquela região teriam estabelecido certo nível de contato com outros povos. Além disso, outros vestígios indicam que a rota em que ela foi localizada teria sido bastante utilizada por diferentes civilizações ao longo da história.
(Fonte: Secrets Of the Ice/Reprodução)
Em 2011, na região de Lendbreen, na Noruega, pesquisadores encontraram pedaços de objetos que outrora foram usados pelos povos antigos. E artefatos que pareciam ser estilingues gigantes, com mais de 1 metro de comprimento, estavam entre os itens que mais chamaram a atenção da equipe.
Acredita-se que esses objetos seriam usados para o transporte de carga em trenó puxados por cavalos, conhecidos como tång. E após passarem pelo processo de datação por radiocarbono, foi descoberto que eles teriam sido feitos em torno de 400 d.C.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Uma das descobertas de grande impacto ocorreu numa região montanhosa entre a Itália e a Áustria, e não se trata de um objeto. O corpo mumificado de Ötzi, o homem de gelo, marcou um ponto de partida importante para a arqueologia glacial em 1991. Junto aos seus restos, foram achados um arco, um machado, além de peles de animais e pedaços de couro.
Acredita-se que ele tenha morrido há cerca de 5.300 anos, vítima de uma emboscada, e sendo encoberto pelo gelo até que a região derretesse. Hoje, Ötzi atrai mais de 250 mil visitantes interessados em saber mais sobre ele e os objetos encontrados no South Tyrol Museum of Archaeology, em Bolzano, na Itália.
(Fonte: Secrets Of The Ice/Reprodução)
Itens dos períodos mais recentes também estão sendo encontrados. Uma hélice de avião foi identificada em 2012 por alpinistas que passavam pelos Alpes Berneses, na Suíça. Após uma investigação, descobriram se tratar de um item que pertenceu ao C-53 Skytrooper Dakota, que havia caído na geleira de Gauli em 1946.
A aeronave, que pertencia à força militar dos EUA, havia saído de Viena e estava a caminho de Pisa, na Itália, tendo caído em virtude do mau tempo. O incidente não deixou vítimas fatais e ainda contou com uma missão de resgate especial.
(Fonte: Secrets Of The Ice/Reprodução)
Lendbreen abriga uma das passagens mais remotas da Noruega, e foi justamente nessa região onde pesquisadores localizaram mais de 70 peças de tecido. Dentre eles, uma luva da Era Viking também foi encontrada, sendo datada do ano de 1100, aproximadamente.
A descoberta é um dos achados do Programa de Arqueologia Glacial do Condado de Innlandet, na Noruega, que se dedica a explorar essas áreas dominadas pelo gelo nos períodos mais favoráveis e a estudar os itens encontrados. Para conferir outras descobertas da equipe, é possível acompanhar o trabalho realizado no site e nas redes sociais do programa.