Estilo de vida
07/11/2022 às 08:00•3 min de leitura
Do final do século VIII ao século XI, período conhecido como Era Viking, tribos de guerreiros estrangeiros se espalharam por toda Europa com a intenção de aterrorizar, devastar e se estabelecer em terras para além da antiga Escandinávia. Formados por unidades versáteis e preparadas, esses grupos marcaram a reconstrução do continente por meio do fomento de guerras e conflitos internos, mas sem deixar de mostrar a capacidade de se desdobrar mesmo sob condições adversas.
O passado dessas tribos está relacionada não apenas com atos bárbaros ou com incitações de conflitos sangrentos, mas também pela introdução de sociedades organizadas, onde temas como cultivo, pescado, comércio e educação eram pautas fortificadas e recorrentes. Misturando todos esses conceitos, não tinha como os vikings deixarem de ser indivíduos fascinantes e assustadores. Confira abaixo alguns fatos sobre eles que inspiram medo e respeito até os dias atuais:
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
Muitas vezes esquecida, a maior conquista realizada pelos vikings ocorreu no leste europeu, mais precisamente no antigo território russo. No século XIX, o chefe nórdico Rurik ganhou o controle da cidade de Ladoga, perto da região que atualmente é São Petersburgo, e construiu o assentamento Holmgard.
Esse foi o primeiro passo para a fundação da Dinastia Rurik, que resultou em conquistas sobre áreas do Mar Negro (maior parte da atual Ucrânia, Bielorrússia e as partes ocidentais da Rússia do leste). A divisão história das terras ficou conhecida como Kievan Rus e deu origem ao vasto território governado, nos dias de hoje, por Vladimir Putin.
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No início dos anos 900, os vikings fundaram a Guarda Varangiana e passaram a agir como mercenários, habitando seus próprios principados em Kiev e Novgorod. A força de resistência consistia em aproximadamente 700 unidades a atuou como escudo e lança de imperadores bizantinos, participando de uma expedição contra Creta.
Eles foram provados em batalha várias vezes e evoluíram para um grupo de elite, onde membros recebiam salários mais altos que o resto do exército viking — mais de seis mil homens no total. Além disso, a Guarda Varangiana tinha privilégios em relação à coleta de espólios de guerra e às próprias heranças dos imperadores, tendo a chance de reivindicar os bens do governante para quem foi jurada.
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As primeiras forjas vikings fabricavam espadas de até 1,8 kg e de até 90 cm de altura da lâmina. Sem comprometer a resistência, essas dimensões permitiam um bom equilíbrio e, mesmo sem haver uma ponta afiada, era relativamente eficaz em realizar cortes limpos. Apesar disso, o termo "espada viking" é equivocado, já que sua origem remete ao Império Franco durante a era carolíngia (800–888).
Esses modelos eram construídos por meio de solda padrão e abandonaram a prática anos depois, com o aprimoramento na metalurgia. Na antiga Escandinávia, ferreiros passaram a misturar ossos de animais mortos com ferro tradicional e obtiveram peças com alta quantidade de carbono — um tipo rudimentar de aço. Apenas por meio de estudos recentes, baseados em experimentos de queima de carvão, foi descoberto que os equipamentos melhoravam consideravelmente seus atributos.
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Após o fim da "Idade das Trevas", com a morte do rei anglo-saxão Penda, em 655 d.C., a guerra que marcava os reinos europeus transformou-se em um estado de paz. Nos anos seguintes, a Inglaterra cresceu economicamente e viu todos os seus principais setores sociais acompanharem o desenvolvimento, especialmente o educacional. Porém, essa riqueza e o potencial da região atraíram os vikings, dando início a uma invasão em larga escala com massacre de monges, confisco de bens e domínio da costa local.
As tribos escandinavas aterrorizaram a Europa a partir de 793 d.C. e surpreenderam os ingleses, que não tiveram meios de revidar e foram pegos despreparados. Essa invasão teve sequência pelas próximas décadas por meio de destruições gratuitas e selvageria desenfreada. Logo, os vikings acabaram desdenhando do poder de reação de suas presas e recuaram na primavera local.
Essa tática tornou-se comum nos anos que vieram e os guerreiros ficaram conhecidos como “O Grande Exército Pagão”. Os ataques se transformaram em conquistas diretas e resultaram na destruição de Lindisfarne, no estabelecimento da comunidade Jorvik, na tomada de Danelaw — antigo território de Londres e do Tâmisa — e na invasão de Wessex.