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29/07/2023 às 09:00•2 min de leitura
À medida que o calor escaldante atinge grandes áreas do nosso planeta e o aquecimento global se torna uma preocupação cada vez maior, um grande debate tem tomado conta da internet: afinal, em algum momento na história o mundo foi tão quente quanto está agora?
Em termos de medições modernas, o ano de 2023 reservou alguns dos dias mais quentes da história. Mas o que podemos dizer sobre tempos em que estações meteorológicas e satélites nem mesmo existiam? Para alcançar essa resposta, pesquisadores possuem alguns truques na manga. Veja só!
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(Fonte: Getty Images)
Há algum tempo, pesquisadores concluíram que a Terra havia entrado em um novo estado climático não visto em mais de 100 mil anos. Esse é um estilo de pensamento contemplado em um artigo publicado em 2021 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Os dados mostram que o planeta já está 1?°C mais quente do que os tempos pré-industriais, e os níveis de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera eram altos o suficiente para garantir que as temperaturas permanecessem elevadas dessa forma por vários anos por vir.
E mesmo em cenários mais otimistas para o futuro, nos quais os homens param de queimar combustíveis fósseis e reduzem outras emissões de GEEs, a temperatura média global provavelmente ainda permanecerá pelo menos 1?°C acima dos índices pré-industriais — provavelmente por vários séculos.
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(Fonte: Getty Images)
Para ver se calor sentido hoje está mais alto do que as temperaturas antes da existência dos termômetros, cientistas de paleoclima usam informações armazenadas em uma variedade de arquivos naturais para obter seus dados. E o que isso quer dizer? Muitas dessas informações estão no fundo de lagos e oceanos, onde uma variedade de evidências biológicas, químicas e físicas oferecem pistas sobre a Terra no passado.
Esses materiais são acumulados ao longo do tempo e podem ser analisados extraindo um núcleo de sedimento do leito do lago ou do fundo do oceano. Basicamente, esses registros baseados em sedimentos são fontes ricas de informações que permitem aos cientistas reconstruírem as temperaturas globais passadas, mesmo com algumas limitações.
Tendo em mente que a temperatura global média tem flutuado entre condições glaciais e interglaciais em ciclos que duram cerca de 100 mil anos — tudo com base em mudanças na órbita da Terra — esse é o período perfeito de comparação. Atualmente, o planeta está em um período interglacial de 12 mil anos.
Segundo essas análises, nós atingimos o pico de temperatura nos últimos 6 mil anos de registro, mas provavelmente ainda não excedemos o nível de aquecimento global de 1?°C desse período. Sem mudanças no nosso estilo de vida para o futuro, é possível que o aquecimento global atinja temperaturas existentes somente no Plioceno, quando a temperatura da Terra era completamente diferente daquela que fomentou a agricultura e a civilização. Logo, a hora de mudar é agora.